sábado, 19 de dezembro de 2015

uma música para o fim de semana - Marco Figueiredo


Solidão. Há uma grande elegância nesta palavra, muito mais do que a conotação que é atribuída ao seu sentido.
Ela é sábia, é criativa, regenerativa.

A solidão é uma maneira de se conseguir voltar a lidar com a inquietação, com o bulício, com os ruídos, com a presença excessiva das pessoas, a ininterrupta verborreia escrita dos mails, com a imposição das obrigações, das regras a que estamos sujeitos ao longo do tempo.
A solidão permite respirar fundo. É melhor que uma pausa kit-kat.

Nela, reganha-se um novo equilíbrio, um novo espaço. Recupera-se o silêncio, tão maltratado pela dinâmica trituradora das rotinas, da formatação intelectual dos grupos, das equipas de trabalho, dos templates das folhas de cálculo, dos cumprimentos formais dos mails.
Permite-nos fechar os olhos, olhar para dentro de nós e ver céus azuis, neves brancas, horizontes longínquos.
Permite-nos o privilégio de soltar lágrimas cruelmente contidas, de afirmar aos outros - deixem-me em paz!


A solidão não tem que ser triste, ou má. Pelo contrário, é algo desejável.
É por excelência um sítio amplo de aprendizagem, reflexão, de reencontro com o Eu. Um escape, uma sobrevivência.
Solidão é uma música serena. Tal como ela própria.

O pianista português, Marco Figueiredo, toca a Solidão exactamente assim.


Bom fim de semana :)




quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Viajar??? Bora!



1. Cada uma de suas histórias começa algo do tipo “quando fui para…”
Verdade :)

2. Você pensa em casa mais como uma parada estratégica do que como um lar.
Um lugar de chegada, para depois se tornar um lugar de partida

3. Você devora guias de viagens como pessoas lêem romances.
Nem por isso. Mas muita internet e conversas com quem já andou por outros lugares, sem dúvida!

4. Você sempre tem moedas de uns cinco países diferentes na carteira.
Não na minha carteira, porque não tenho, mas em minha casa, sim. E bem mais do que cinco...

5. Sua mochila ou mala nunca está totalmente desfeita.
Absolutamente verdade e as coisas mais usadas se não estão lá dentro, estão próximas da mochila.

6. Você mantém o hábito de levar papel higiénico para todo lugar.
Não. O papel higiénico é leve, mas ocupa volume e é algo que se compra facilmente em qualquer lado.

7. Você deixa passar aqueles carimbos extras que alguns lugares fazem no passaporte, como a Ilha de Páscoa, porque sabe que vai precisar de cada centímetro para carimbos de fronteira.
Que desperdício de espaço!

8. A sensação de jet-lag já é completamente normal.
Nem sei o que é isso...

9. Você irrita as pessoas trocando os nomes das cidades por códigos de aeroportos.
Não. Isso já é demais!

10. Perguntar “onde você está?” no lugar de “como vai?” parece perfeitamente aceitável.
Em absoluto.

11. Você vê um um mapa-múndi como a decoração ideal para aquela parede branca.
Já falta pouco para que se concretize...

12. Você sabe de cabeça sua pontuação em diferentes programas de milhas.
Por incrível que pareça não tenho um.

13. Ao analisar preços, você pensa em quanto tempo determinado valor poderia durar na estrada. “Aquele jeans custa mais caro que uma semana no Peru” ou “só uma parcela daquela hipoteca poderia me sustentar por um semestre inteiro no Sudeste Asiático!”.
Isto é mesmo verdade! É a melhor maneira de poupar para uma viagem.

14. Quando alguém pergunta o que você faz e você responde “viajar”, esquece que provavelmente estão querendo saber sua profissão.
Não. Isto não é verdade.

15. Você sabe que água potável e banheiro com papel higiénico são luxos.
Claramente!

16. Você é capaz de levantar uma mala ou mochila e imediatamente saber se está de acordo com os limites de uma companhia aérea. E ainda sabe as especificações de cada companhia de cabeça.
Pelas dimensões a mochila grande vai no porão, a média e as pequenas podem ir comigo. Quanto ao peso, elas estão sempre dentro bem abaixo do peso limite. Sou dos levezinhos...

17. Você trabalha apenas para ter fundos para a próxima viagem. Quando economiza o dinheiro necessário, pede demissão e vai embora.
Não peço demissão, mas pergunto quando me deixam partir...

18. Sua lista de lugares a visitar inclui destinos que outras pessoas jamais consideraram.
Sem dúvida!

19. Você é capaz de fazer uma mala para durar três meses e estar pronto/a em cinco minutos, se necessário.
Cinco minutos é exagero. Mas três meses numa hora, claro que sim.

20. Você tem muito mais amigos espalhados pelo mundo do que na sua cidade.
Yep.

21. Você já sabe qual é a próxima (ou as próximas!) viagem antes mesmo de chegar em casa.
Nem podia ser de outra maneira...

22. Sua visão pessoal do inferno é ficar o resto da vida preso no mesmo lugar.
Até arrepia pensar nisso...

23. Acordar em casa faz você se sentir totalmente desorientado/a.
Nos primeiros dias, sim.




quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

pessoas



pessoas

Que fazer com vocês
com tantos porquês?

Que não me convencem
que não me pertencem

Pessoas que caminham
que nego e não cativam

Nessa estrada cinzenta
está o fosso que de mim se alimenta

Cansaço grande que abrasa
me prende e que atrasa

Com quem não quero sorrir
e para longe partir

Preciso, quero, é ir
para onde não seja sentir

E nem sequer vou parar
no que ficou por agarrar

Digo-vos o que vai acontecer:
é não lembrar do que ficou por dizer

Para que os meus olhos ao cerrar
em vós não possa pensar

Mas tudo o que sei:
É que irei recordar o que agarrei

Por isso, ide pessoas,
que não vos quero, nem más nem boas

Agora, vou para o grande dormir
e finalmente os lábios sorrir.


Inkheart


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

uma citação


"Quando olho para os olhos de um animal, não vejo um animal.
Vejo um ser vivo. Vejo um amigo. Sinto uma alma"

A. D. Williams