quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

pessoas



pessoas

Que fazer com vocês
com tantos porquês?

Que não me convencem
que não me pertencem

Pessoas que caminham
que nego e não cativam

Nessa estrada cinzenta
está o fosso que de mim se alimenta

Cansaço grande que abrasa
me prende e que atrasa

Com quem não quero sorrir
e para longe partir

Preciso, quero, é ir
para onde não seja sentir

E nem sequer vou parar
no que ficou por agarrar

Digo-vos o que vai acontecer:
é não lembrar do que ficou por dizer

Para que os meus olhos ao cerrar
em vós não possa pensar

Mas tudo o que sei:
É que irei recordar o que agarrei

Por isso, ide pessoas,
que não vos quero, nem más nem boas

Agora, vou para o grande dormir
e finalmente os lábios sorrir.


Inkheart


1 comentário:

  1. Gosto do poema!
    Que o sono traga ao sujeito poético o descanso e a paz que ele tanto almeja :)
    A foto está sublime. Mãos que tapam um rosto e só deixam ver o que se quer. Não poderias ter escolhido melhor como ilustração do poema, na minha opinião.

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