sábado, 18 de agosto de 2012

uma música para o fim de semana - Íris


Estes rapazinhos, os Íris, nasceram em 1979 no Algarve.
Não sei se neste momento eles ainda mexem, mas aparentemente em 2009 lançaram o seu último álbum chamado Sueste e 2011 ainda tocaram na concentração de motards organizada pelo Motoclube de Faro.
Ao longo dos seus trinta e poucos anos de carreira, editaram sete álbuns, com o primeiro - Vão dar banhó cão - a ver a luz do dia em 1995.

Deles não me recordo grande coisa, mas lembro-me perfeitamente do inevitável Atira'tó mar, uma versão tuga muito sui generis do Knock on Heaven's Door de Bob Dylan e cantada com o característico e castiço sotaque algarvio.

Um tema bem fixola para "uma música para o fim de semana" continuar na senda do verão.

A canção é de 1997 e surge no segundo disco, com o mesmo nome da banda, Íris.


Mó, o qu'é fazes aqui?
M'ai porqu'é que tu me dêxás-te da mão?
Já tô fart' de pensar em tí!
Tens má mania, c'até dá dó!

Atira-tó mar e diz que t'emperrarem
Atira-tó mar e diz que t'emperrarem
Bêja-me da boca e chama-me Tarzan
Bêja-me da boca e chama-me Tarzan


Bom fim de semana :)






quinta-feira, 16 de agosto de 2012

em que pensará ele?


Será que vai saltar ou estará apenas perigosamente seduzido pelo trovejar da água?
Sentirá o fascínio da vertigem do abismo que tantas vezes nos atrai para ele?
Desafiará o medo interior da queda? Quererá sentir a força da natureza aos seus pés?




terça-feira, 14 de agosto de 2012

comunhão


A pureza, a ternura e o carinho que emana desta fotografia que circula pelo FB é imensa.

O cão, que se chama Schoep, é velho, tem 19 anos e sofre de artrite. Uma das maneiras que o seu dono, John Unger, tem de o ajudar é levá-lo para um lago. Schoep bóia, proporcionando-lhe alívio das dores que as artrites lhe provocam e adormece no peito do seu dono.

O focinho revela uma grande paz e tranquilidade. Está sem dores, relaxado. Parece que sorri. Está confortável, está no peito do seu dono, na pessoa que ele ama e confia.
Por sua vez o John está sereno. Parece que está igualmente a sorrir e talvez esteja de olhos fechados, como que a saborear o momento. Está cuidar e ajudar o seu velho companheiro de vida, que ele salvou quando o encontrou com cerca de oito meses de idade apresentando sinais de espancamento.

E se John o salvou, o seu cão retribuiu da mesma maneira. Quando a sua noiva rompeu com ele, John teve pensamentos suicidas. 
Uma noite dirigiu-se para o Lago para se matar, Schoep percebeu que algo estava errado com o seu dono e não o largou, esteve sempre com ele. Nessa altura a dedicação do seu cão levou-ou a desistir da ideia de pôr um fim à sua vida.

Quando levou Schoep para o lago, sabia que o seu companheiro estava em sofrimento. Mal conseguia levantar-se com as dores da artrite. A medicação que lhe estava a ser dada parecia não ser o suficiente para diminuir o seu sofrimento. Sabia que estava na altura de o deixar partir. Talvez tenham sido os seus últimos momentos juntos.

É preciso amar e ser amado por um animal, para se perceber a essência desta fotografia.
E se a fotografia em si é extraordinária, a mensagem que nos transmite é maravilhosa.
Dois seres vivos muito distintos entre si em comunhão e partilha de afectos.




Dedicado ao Thor. Um companheiro querido de 15 anos que me deu tudo quanto podia dar e que partiu há quase um ano.