sexta-feira, 3 de março de 2023

In a Heartbeat



A história de um coração teimoso que insiste em sair do armário e ir à procura do seu amor.













domingo, 26 de fevereiro de 2023

um cemitério chamado Europa


Hoje, morreram dezenas de emigrantes na costa sul da Itália. 
Um barco vindo da Turquia com mais de uma centena de migrantes oriundos do Paquistão,  Iraque, Irão, Síria e Afeganistão, afundou-se no sul da costa italiana, Calábria.

Se a Europa acolhe, e muito bem, refugiados da Ucrânia, porque não acolhe da mesma maneira estes refugiados? Porque não são europeus? Não fogem também eles da miséria? De guerras civis? Não procuram eles a esperança que não encontram nos seus próprios países? Não são eles também seres humanos em desespero?

Fala-se em milhares de mortos de civis, de inocentes, na guerra da Ucrânia um ano após a invasão russa.
Diariamente somos confrontados, chocados, com estes números mas no mediterrâneo igualmente perdem-se milhares de vidas todos os anos e há vários anos. São apenas uma notícia de rodapé ou, com sorte, efémeros cinco minutos que perdem para um qualquer jogo de futebol, em noticiários televisivos que duram quase noventa, senão mais, minutos.

Porque não os protegemos, não os acolhemos, não lhes damos a esperança que procuram?
Somos cúmplices nas suas mortes. Não os matamos com armas, mas matamo-los por afogamento, matamo-los com indiferença, com discriminação, com soberba. E aos milhares. Cerca de três mil. Todos os anos.