Não é muito vulgar encontrar o vibrafone no jazz, mas é quase uma surpresa total quando o encontramos no jazz nacional.
O vibrafone é uma modificação mais complexa do xilofone. Ambos são instrumentos de percussão. O vibrafone é eléctrico, tem um pedal, como um piano, que permite sustentar e fazer vibrar as notas sempre que desejado.
Tem um som muito característico e reconhecível. É onírico, etéreo, algo espectral. Compararia ao som de uma harpa numa peça de música erudita.
Eduardo Cardinho é um dos muito pouco músicos de jazz que nos consegue mostrar aquilo que o vibrafone consegue fazer.
Sob a alçada da etiqueta Carimbo Porta-Jazz, o quinteto liderado por Eduardo Cardinho lançou o seu primeiro trabalho de jazz - Black Hole - no passado 4 de Abril.
Curioso que sendo o quinteto liderado pelo vibrafone, este tema, Bipolar H, concede pouco espaço, pouco palco sonoro a este instrumento.
Só percebemos o alcance dele quando está praticamente a solo. O resto do tempo deste tema, Eduardo Cardinho está muito diluído, algo perdido.
Após uma longa introdução de quase quatro minutos dominados por um saxofone desinteressante e monótono é que o vibrafone dá um fantástico ar da sua graça, quando está praticamente a solo.
Passados pouco mais de sete minutos, cede o protagonismo a uma guitarra com uma total ausência de carisma.
É uma pena todo este desperdício de tempo em que o melhor, e mais interessante instrumento do quinteto passa despercebido. Fica a saber pouco.
Este quinteto é constituído pelo seu líder, Eduardo Cardinho em vibrafone, o saxofonista, José Soares, a guitarra de Mané Fernandes, o contrabaixista Filipe Louro e Pedro Almiro na bateria.
Bom fim de semana :)