Um requiem é uma missa dedicada, uma homenagem aos mortos, aos defuntos. É pensada para desejar o eterno descanso, repouso - significado da palavra latina requiem - e a paz eterna ao defunto, e usualmente está presente nos funerais.
A sua estrutura está enraizada nos missais romanos e católicos, e os muitos que existem seguem de muito próximo essa estrutura.
Requiem aeternam; Kyrie eleison.
Sequentia, Dies Irae (O Dia da Ira):
Tuba mirum;
Liber scriptus;
Quid sum miser;
Rex tremendae;
Recordare;
Ingemisco;
Confutatis;
Lacrimosa.
Domine Jesu Christe (Senhor Jesus Cristo).
Sanctus (Santo).
Agnus Dei (Cordeiro de Deus).
Communium, Lux aeterna (Luz eterna).
Libera me (Libertai-me).
Domine Jesu Christe (Senhor Jesus Cristo).
Sanctus (Santo).
Agnus Dei (Cordeiro de Deus).
Communium, Lux aeterna (Luz eterna).
Libera me (Libertai-me).
Existem dois requiems que são de uma beleza e elegância estrema. O meu preferido é o requiem de Verdi e o outro que vem logo atrás é o de Mozart.
O de Mozart está envolto em várias curiosidades. A mais conhecida passa por a identidade de quem encomendou ao compositor austríaco ser desconhecida. Em Julho de 1791, uma pessoa envolta e tapada por um capuz fez o pedido a Mozart de compôr um missa dos mortos e pagou metade em avanço. Sabe-se que quem fez este pedido foi o conde Franz von Walsegg e que este era conhecido por se apropriar das obras de terceiros. O que não se sabe verdadeiramente é se o homem do capuz seria ou não o próprio conde.
O objectivo deste requiem era celebrar o primeiro aniversário da morte da mulher de Walsegg. Mozart sabendo disto, mas precisando do dinheiro, aceitou relutantemente.
Uma outra, é que a certa altura Mozart, um crente no ocultismo, acreditou que o requiem encomendado pelo encapuçado era para o próprio Mozart. E de facto, Mozart morreu a escreve-lo e não o deixou acabado. A sua mulher, Maria Constanze, afirmou que o compositor andava obcecado com a obra e que terá a mesma a causa da sua morte.
Para Constanze poder receber a parte em falta, ela pedido ao discípulo de Mozart, Franz Xaver Süssmayr para concluir o que estava em falta no requiem, adaptando o muito que já existia e compondo ele próprio o que não existia de todo, que nas palavras de Constanze seria realmente muito pouco, porque o Requiem estaria praticamente concluído por Mozart.
E de novo o mistério surge, pensa-se que não não terá sido apenas Süssmayr a participar na conclusão nesta missa dos defuntos. Pelos diferentes estilos que surgem nas secções em falta, outros compositores poderão ter participado neste requiem, mas não deixa de ser uma possibilidade e frequentemente contestada.
E há quem pense que a própria viúva de Mozart terá sido uma dessas pessoas, uma vez que esta conhecia muito o trabalho do seu marido e ela própria era compositora.
Uma das secções que Mozart largamente escreveu, mas que não chegou a acabar é o Lacrimosa, o último elemento do segmento Dies Irae.
O Lacrimosa de Mozart é um dos mais pungentes e mais belos que conheço. Rivaliza com o de Verdi.
E porque escolho o Lacrimosa de Mozart, como uma música para o fim de semana?
Porque nas exéquias de Mário Soares, esta peça foi tocada.
Bom fim de semana :) 😀
Lacrimosa
Lacrimosa dies illa,
Qua resurget ex favilla.
Judicandus homo reus:
Huic ergo parce, Deus.
Pie Jesu Domine,
Dona eis requiem. Amen.
Lágrimas
Dia de lágrimas, aquele,
No qual, ressurgirá das cinzas,
Um homem para ser julgado;
Portanto, poupe-o, ó Deus.
Ó, misericordioso, Senhor Jesus,
Conceda-lhe a paz eterna. Amém.