De Joe Wright conhecia Expiação e o Solista. Gostei bastante do primeiro e aborreci-me com o segundo.
Foi com expectativa que fui ver
Hanna. Era a primeira incursão deste realizador no cinema de acção.
Uma jovem rapariga criada e treinada numa floresta do ártico (norte da Finlândia) por um ex-agente secreto da CIA escolhe por vontade própria num determinado momento carregar num botão que irá revelar a sua posição.
A partir daqui desencadea-se uma perseguição ao pai (Erik) e à filha (Hanna), onde esta última irá revelar todo o seu treino e algo mais que desconhecia.
A questão é que Hanna não tem pernas para andar. Não pela realização, mas sim pelo seu argumento, o grande calcanhar de Aquiles deste filme.
Joe Wright, habituado a dramas, até filma de uma maneira interessante e consegue imprimir dinâmica ao filme, mas o argumento é muito mastigado. Nunca chega a atingir a velocidade de cruzeiro.
É pouco esclarecedor e por vezes monótono.
Não se percebe por exemplo porque é que tem que ser Hanna a matar Marissa Wiegler e não Erik, quando é esta que mata a sua mulher e mãe de Hanna quando era criança.
As relações e o passado entre este "triângulo amoroso" constituído por Erik, Hanna e Marissa é mal explicado e confuso.
Assim como o pouco emotivo e (bastante) previsível desfecho final entre as duas mulheres. Entre uma agente CIA, fria e implacável, e uma assassina geneticamente modificada, será que não dava para mais qualquer coisita??
Sobra como mais valia deste filme a actuação de
Saoirse Ronan (Hanna), um cordeiro vestido de pele de lobo,
Cate Blanchett na astuta e calculista Marissa Wiegler e a jovem actriz
Jessica Brden no papel de Sophie, a jovem amiga de Hanna.
Será que é um filme que vale a pena ver? Para quem não der atenção aos pormenores, talvez.