Solidão. Há uma grande elegância nesta palavra, muito mais do que a conotação que é atribuída ao seu sentido.
Ela é sábia, é criativa, regenerativa.
A solidão é uma maneira de se conseguir voltar a lidar com a inquietação, com o bulício, com os ruídos, com a presença excessiva das pessoas, a ininterrupta verborreia escrita dos mails, com a imposição das obrigações, das regras a que estamos sujeitos ao longo do tempo.
A solidão permite respirar fundo. É melhor que uma pausa kit-kat.
Nela, reganha-se um novo equilíbrio, um novo espaço. Recupera-se o silêncio, tão maltratado pela dinâmica trituradora das rotinas, da formatação intelectual dos grupos, das equipas de trabalho, dos templates das folhas de cálculo, dos cumprimentos formais dos mails.
Permite-nos fechar os olhos, olhar para dentro de nós e ver céus azuis, neves brancas, horizontes longínquos.
Permite-nos o privilégio de soltar lágrimas cruelmente contidas, de afirmar aos outros - deixem-me em paz!
A solidão não tem que ser triste, ou má. Pelo contrário, é algo desejável.
É por excelência um sítio amplo de aprendizagem, reflexão, de reencontro com o Eu. Um escape, uma sobrevivência.
Solidão é uma música serena. Tal como ela própria.
O pianista português, Marco Figueiredo, toca a Solidão exactamente assim.
Bom fim de semana :)
A ouvir...:)
ResponderEliminarAdoro o som do piano!
"A solidão permite respirar fundo. É melhor que uma pausa kit-kat."
É...e não engorda!:))))) (just kidding)
Revejo-me no texto porque também eu a aprecio. Também gosto de momentos de bulício mas a solidão é-me tão essencial como o ar que respiro.
Bom fds :)