Pete Turner morreu no passado dia 18 de Setembro.
Muitos fotógrafos são fáceis de categorizar, de compartimentar.
São foto-jornalistas, fotógrafos de rua, paisagens, viagens, de guerra, casamentos e por aí fora.
Pete Turner, não. Pete Turner é um fotógrafo dele próprio, não que se fotografe a si próprio, tipo selfies, mas o seu interior, a sua imaginação.
Ele fotografa a realidade não como é, mas como a vê. E a sua realidade, a forma como a percepciona, tal como a do artista gráfico holandês M.C. Escher, é única e reinventada. É cativante, estranha, fascinante e no meu caso, também e acima de tudo, hipnotizante.
São profundamente imagéticas. Atraem-me sobremaneira a forma como joga com cores, perspectivas, com as simetrias ou a ausência delas, joga com os nossos sentidos físicos.
Transforma o concreto, o que é fácil de identificar, em algo conceptual e a roçar o abstracto, mas sem adulterar a sua essência real, a realidade continua identificável, presente.
E fá-lo de uma forma suave, aveludada, onírica, sem nos exigir nada.
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