quarta-feira, 4 de junho de 2014

Massacre de Tiananmen - para não esquecer


Foi há 25 anos.
Na sequência de várias semanas de protestos pró-democracia e liberdade de imprensa muitos milhares de pessoas e entre eles muitos estudante, juntavam-se na Praça Tiananmen em Pequim (Beijing), capital da China.

Na madrugada do dia 4 de Junho de 1989, a mando do governo chinês de Deng Xiaoping, milhares de soldados com tanques invadiram a praça.

O resultado foi uma matança cujo número ainda hoje está por ser determinado, apesar de se estimar que entre 2500 a 4000 pessoas terão morrido nesse dia.
Para o governo chinês quase nada aconteceu. Aproximadamente 200 mortos parece ser o número oficial das autoridades chinesas
No dia seguinte pouco chineses sabiam o que tinha acontecido. O governo chinês bloqueou toda a informação no que respeita ao massacre ocorrido.
No cemitério onde muitos estão enterrados, as sepulturas não estão identificadas.

Ainda hoje tal acontece. Manifestações são proibidas e a policia vigia o local com particular atenção nos dias 4 Junho. Qualquer pessoa que tente recordar quem morreu arrisca-se a ser detida.
Nestes dias a praça está controlada pela policia e os habitantes de Pequim sabem que não se podem aproximar.
A China de alguma maneira ajuda a preservar a memória da brutal repressão militar. Uma praça praticamente vazia onde o silêncio reina é a melhora maneira de chorar que lá morreu. Lágrimas que não se ouvem por uma resistência que falhou, um ideal que caiu. O regime comunista chinês continua de pedra e cal. Mantém o controlo sobre a vida dos chineses e a censura continua a existir na imprensa.
As redes sociais (Facebook, Twitter) não existem e foram substituídas por redes sociais internas. A liberdade, a todos níveis, na China mantém-se uma ilusão, uma miragem. Algo que ainda tem que ser alcançado.

Mas Tiananmen tem um símbolo da sua resistência. O Homem do Tanque é o símbolo dessa resistência.
Aliás é o símbolo de todas as resistências. 
Com dois sacos de plástico na mão, de camisa branca e calças pretas, sozinho, fez parar uma coluna de tanques. 
Não se sabe quem é verdadeiramente (talvez Wang Weilin) ou o que lhe terá acontecido.
Há quem acredite que foi executado, foram muitas as execuções após o massacre. Há quem afirme que está preso até ao final da sua vida e há quem afirme que desapareceu na multidão.
Aparentemente pensa-se que o destino mais provável tenha sido mesmo a execução.




A pretensão do regime chinês é fazer com que o massacre de Tiananmen vá caindo aos poucos e poucos no esquecimento.
Isso é algo que não podemos deixar que aconteça. Foi há 25 anos. Importante não esquecer.


2 comentários:

  1. É preciso relembrar porque a memória de muitos homens é curta...

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    1. Ainda por cima porque tentam fazer que vai encurtando cada vez mais. O pouco que resta arrisca-se a desaparecer.
      E creio que eles estão a consegui-lo. É triste.

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