O Smoke Jazz Club não tem a fama, ou não é tão conhecido do grande público como outros grandes clubes de jazz de Nova Iorque como o Birdland, Blue Note ou o mítico Village Vanguard.
Mas este clube nova-iorquino recorda-me aquela máxima tão conhecida, principalmente tão querida entre homens que reza que "não é o tamanho que importa mas o que se faz com ele".
E o Smoke com a sua etiqueta própria - a Smoke Session Records - faz mesmo muito.
Desta etiqueta sairam um dos melhores lançamentos de 2017, (a melhor está aqui) que eu fui comprando ao longo do ano que expira hoje - Made in America
A Smoke Records já tinha editado em 2016 um dos álbuns que mais apreciei do ano: Colors for the Masters, do trombonista Steve Turre.
Made in América, é um quarteto liderado pelo saxofonista (alto) Bobby Watson.
É mais de uma hora de jazz colorido, extrovertido e elegante. O seu líder conseguiu articulações entre músicos e instrumentos, muito bem desenhados e melhor executados. Em cada um dos onze temas há espaço para os sidemen poderem exibir a sua técnica individual e o entrosamento com a formação onde se encontram.
E regressar a ele é sempre um prazer. Ouve-se vezes sem conta sem se sentir cansaço.
Há ainda uma curiosidade relativamente ao Made in America. Cada uma das onze músicas, são de dedicadas, tributos a pessoas, mais ou menos conhecidas, que em variadas áreas contribuíram para o desenvolvimento de algo relevante no Estados Unidos.
Daí o nome do álbum. Essa coisa chamada Trump deve ter gostado do conceito...
Para quem estiver tentado a (e deve) comprar este Made in America, que não se esqueça de dar uma "pestanada", ou melhor uma "timpanada" no Colors for the Masters do Steve Turre. A forma como o jazz é tocado e explorado é igualmente sensacional, com o valor acrescentado de ser liderado por um trombonista, o que não é muito vulgar.
Aqui vai o EPK do Made in América.