Como se cultura fosse ver um touro a agonizar, a espumar sangue da boca, com a sua carne rasgada por bandarilhas espetadas por covardes que pensam que são valentes.
Como se a cultura fosse torturar atrozmente um ser vivo, até à exaustão, até um ponto em que morte, que lhe é negada e tardará, pode ser libertadora.
Como se a festa brava não fosse um acto covarde e selvático de um touro que é lançado numa arena já diminuído fisicamente e a agonizar.
Onde já não é capaz de respirar porque os seus pulmões estão sufocados por ter as vias respiratórias obstruídas com algodão e os olhos besuntados com vaselina para lhe turvarem a visão.
Está desidratado e a pouca água que lhe dão tem purgantes e laxativos para o enfraquecerem com diarreias prolongadas.
E antes da saída para a arena de tortura, a procurar a saída para uma liberdade que não existe, são golpeados nos rins e nos testículos.
Na arena, na lide, os sanguinários e pouco bravos toureiros rompem-lhe os tendões e ligamentos dos pescoço que aos poucos e poucos o impedem de suportar o pescoço e a cabeça.
A extensão e profundidade das feridas provocadas, com os ferros, em média é da ordem dos 20 cm e há casos reportados de quarenta (!) cm.
Dependendo da direcção e profundidade com o estoque podem perfurar o fígado, o baço, pâncreas e o estômago.
Perfuram igualmente os pulmões e provocam-lhe hemorragias que põem o touro a espumar e babar sangue. A sua exaustão e agonia é tão grande que muitas vezes caiem ou ajoelham-se no chão.
Durante uma lide, um touro perde em média 6 litros de sangue.
Mas a morte libertadora, tardará a chegar.
Morrerão dias mais tarde, sozinhos, agonizando, sem tratamento ou alívio, resultante dos ferimentos recebidos e das infecções que surgiram em consequência deles.
Aos cavalos são retiradas as cordas vocais para não se ouvirem os relinchos de terror e dor.
Os seus ferimentos são suturados. E depois aproveitados para a tourada seguinte.
Os cavalos não suportam mais de três ou quatro touradas.
A arte é algo sublime. Arte aproxima-nos dos Deuses. Arte é um quadro, arte é uma escultura, um bailado, um poema. Uma música.
Cultura é o que nos faz orgulhar do nosso passado, aquilo que pretendemos que nos venham a admirar e a ser admirados no futuro.
É um legado vindos dos tempos e para os tempos. Eleva um país.
São conceitos que jamais poderão ser associados a actos de covardia, de tortura e sofrimento de um ser vivo, de um touro.
O nosso legado não pode ser sangue, dor e barbárie. Não nos eleva como país, antes nos envergonha.
O vídeo (filmado em Espanha) que anexo é sobre a violência praticada sobre os touros durante uma tourada e o sofrimento que lhes é infligido.
A arte, a cultura, a festa brava que as touradas representam e que tanto proclamam os carniceiros ridiculamente vestidos de criados de Luis XIV concretizam-se neste revoltante vídeo.
Ele é tão duro que o Youtube faz um aviso prévio afirmando que as imagens são particularmente violentas e cruéis.
Mas vejam. Vejam pelo menos uma vez. Vejam pelos animais que sofrem atrozmente, que são torturados, que são sacrificados, que desnecessariamente sofrem horrores para prazer e gáudio de uma cambada de selvagens sádicos.
Para que o sofrimento deles não seja ainda mais em vão.
E chorem por eles. Os touros merecem.
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