Através dele duas palavras russas ficaram conhecidas no mundo ocidental: perestroika (reestruturação económica) com uma tentativa de introdução de mercado livre e glasnost (abertura política) nomeadamente permitindo uma maior liberdade de expressão e uma maior influência de outras culturas.
No entanto os mais importantes, relevantes e decisivos passos políticos foram dados no final da década de 80 e inicio dos anos 90 do século passado.
Em finais de 1987 alinhou com o seu homólogo norte-americano, Ronald Reagan, num importante tratado, INF, de desarmamento nuclear.
Um ano depois mandava retirar do Afeganistão as tropas que o antigo presidente Leonid Brezhnev tinha colocado quando invadiu este país em 1979,
Nos anos 1989 e 1990, foi figura central na queda do Muro de Berlim, da Guerra Fria e fragmentação da antiga União Soviética ao retirar tropas soviéticas e permitindo (de novo) a independência de quinze estados anexados pela força por parte União Soviética entre as décadas de 1920 a 1940.
Por tudo isto, Gorbachev ganhou o prémio Nobel da Paz em 1990.
Apesar de tacitamente ter apoiado a anexação da Crimeia em 2014, Gorbachev era, de uma forma discreta, contra a invasão russa da Ucrânia, Talvez por isso o alienado do Putin, que quer "sovietizar" e "imperializar" de novo o leste europeu não lhe prestou a devida homenagem. O mesmo caminho é trilhado pelo nosso estimado e "putinizado"partido comunista português - que absurdamente resiste a condenar a invasão russa da Ucrânia - que estando parado e cristalizado no tempo desde há décadas, ainda não percebeu que a União Soviética e ortodoxia comunista já desapareceram e evoluíram.
Se há senhores que merecem o seu lugar na história por tentarem e conseguirem melhorar o mundo político e social é claramente Mikhail Gorbachev.
O fabuloso cartoon é de autoria do português António Moreira Nunes.
Sem comentários:
Enviar um comentário