desespero
Vozes iradas sussurram em mim sonhos que me cegam e torturam,
vejo fontes secas sedentas de água que me pedem beber,
lágrimas abafadas em dor, sangrando por esperanças vãs que tardam em chegar,
hediondos espectros, retorcidos, trocistas, mostram o que não pode acontecer,
com os meus olhos surdos ao desejo que rompe de imagens impossíveis geradas pela razão.
Fujo, cego por caminhos de desespero,ciclicamente percorridos, vezes sem conta,
uma espiral, um vórtice, indefinido, atroz, atrai-me, puxa-me, convida-me,
uma porta que não tem entrada, uma saída sem saída, um beco morto de sentidos estendidos,
no chão indiferentes, à minha sombra, às minhas perguntas, à minha ausência,
ao que não sou, ao que sou mas que não sei, errante vagabundo com destino mal traçado.
Sem me movimentar paro enfim, por desta vez, aberto à realidade criada pela necessidade,
sinto a esperança que não oiço, que desconheço, mas que me chama.
Um toque gentil na minha pele gretada pelo desespero continuado,
ao que não sou, ao que sou mas que não sei, errante vagabundo com destino mal traçado.
Sem me movimentar paro enfim, por desta vez, aberto à realidade criada pela necessidade,
sinto a esperança que não oiço, que desconheço, mas que me chama.
Um toque gentil na minha pele gretada pelo desespero continuado,
desperta a minha mente embotada pelo torpor do nada.
Um tremor, um movimento enfunado por uma cor que não existia antes, alivia a negridão que me veste.
Talvez exista o que procuro, aquele calor impossível, aquele toque de seda por criar,
a realidade suavizada.
Talvez exista o que procuro, aquele calor impossível, aquele toque de seda por criar,
a realidade suavizada.
Inkheart
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