Desde 2011 que vou assistir a um Woody Allen em modo bipolar. Sempre com esperança de ver algo em linha com o fabuloso Meia Noite em Paris do tal ano de 2011, mas absolutamente com um pé atrás com medo que caia no sapatinho, algo parecido com o quase intragável Para Roma com Amor de 2012.
Parafraseando o treinador do Sporting, Jorge Jesus, Café Society é um filme morninho, morninho.
Woody Allen mostra na perfeição, mais uma vez, a sua capacidade para realizar filmes de época, de nos oferecer um argumento neurótico, existencialista e um tanto psicanalítico.
O director de fotografia, Vittorio Storaro, tinge os ambientes hollywoodescos dos anos trinta de cores quentes, saturadas, difusas e muito pastelizadas. Autênticos banhos de dourados, castanhos e laranjas.
Quando o argumento nos atira para o Bronx, as cores mudam radicalmente. Dá-nos o oposto. São frias, cinzentas, quase indistintas e muito dessaturadas. Para o nightclub Café Society, desenha um ambiente rico de cores, cheio de brilho e glamour.
Dos vários ambientes por onde o argumento nos põe a circular, é também no nightclub que Woody Allen tem a realização mais bem conseguida.
O realizador desenha um triângulo amoroso familiar, que é tanto do seu apreço, linear e pouco conflituoso, resolvendo-se com um final imprevisível, e ao contrário do que usualmente acontece é um desfecho bastante realista.
Tio Phil (Steve Carell), um magnata do showbusiness, e o sobrinho judeu Bobby, que vai trabalhar para ele, apaixona-se pela secretária da qual Phil é patrão, mais tarde saberemos que também é sua amante, Vonnie (Kristen Stewart), sem que nenhum dos vértices masculinos o saiba.
O realizador escolhe Jesse Heisenberg como seu alter ego, onde este nunca está verdadeiramente à vontade, o que não deixa surpreender um pouco. No filme a Rede Social, Jesse Eisenberg mostra à mão cheia a importância da sua presença, ele é o valor maior ao longo do filme ao desempenhar o alienado Mark Zuckerberg, alguém que não se encaixa na sociedade e nem sequer consegue percebê-la. A César o que é de César, o actor luta pela credibilidade da sua personagem e é honesto na sua entrega ao papel, ao contrário de Kristen Stewart, o seu contra-ponto feminino.
Mas porquê a presença de Kristen Stewart no elenco?? Capitalizar adolescentes platonicamente apaixonados e com um fetiche por ela??
Na minha fila e sentadas do meu lado direito estavam duas senhoras que ao intervalo comentavam uma para a outra que não gostavam dela, e que mesmo num filme de Woody Allen continuava a ter um olhar de sonsa.
Verdade. É inexpressiva, impessoal, incapaz de interagir connosco. Os seus papeis, as suas personagens são sempre baças, entediantes, plastificadas e …sonsas! Vonnie não foge à regra.
Se pensarmos que Woody Allen que a pouco menos de duas semanas de fazer 81 anos, escreve e realiza um filme por ano e que já estará a pensar no de 2017, consegue fazer de Café Society um filme consistente, Não está ao nível de Blue Jasmine de 2013, de Vicky Cristina Barcelona (2008) ou de Match Point (2005), para mencionar alguns dos seus melhores filme da última década, mas é um filme que se vê com um prazer razoável.
A sublime fotografia de Vittorio Storaro, vale quase por si só a ida a uma sala de cinema ver Café Society, apesar de este enfermar de um certo travo de boçalidade, mas nada de grave ou particularmente prejudicial.
Woody Allen mostra na perfeição, mais uma vez, a sua capacidade para realizar filmes de época, de nos oferecer um argumento neurótico, existencialista e um tanto psicanalítico.
O director de fotografia, Vittorio Storaro, tinge os ambientes hollywoodescos dos anos trinta de cores quentes, saturadas, difusas e muito pastelizadas. Autênticos banhos de dourados, castanhos e laranjas.
Quando o argumento nos atira para o Bronx, as cores mudam radicalmente. Dá-nos o oposto. São frias, cinzentas, quase indistintas e muito dessaturadas. Para o nightclub Café Society, desenha um ambiente rico de cores, cheio de brilho e glamour.
Dos vários ambientes por onde o argumento nos põe a circular, é também no nightclub que Woody Allen tem a realização mais bem conseguida.
O realizador desenha um triângulo amoroso familiar, que é tanto do seu apreço, linear e pouco conflituoso, resolvendo-se com um final imprevisível, e ao contrário do que usualmente acontece é um desfecho bastante realista.
Tio Phil (Steve Carell), um magnata do showbusiness, e o sobrinho judeu Bobby, que vai trabalhar para ele, apaixona-se pela secretária da qual Phil é patrão, mais tarde saberemos que também é sua amante, Vonnie (Kristen Stewart), sem que nenhum dos vértices masculinos o saiba.
O realizador escolhe Jesse Heisenberg como seu alter ego, onde este nunca está verdadeiramente à vontade, o que não deixa surpreender um pouco. No filme a Rede Social, Jesse Eisenberg mostra à mão cheia a importância da sua presença, ele é o valor maior ao longo do filme ao desempenhar o alienado Mark Zuckerberg, alguém que não se encaixa na sociedade e nem sequer consegue percebê-la. A César o que é de César, o actor luta pela credibilidade da sua personagem e é honesto na sua entrega ao papel, ao contrário de Kristen Stewart, o seu contra-ponto feminino.
Mas porquê a presença de Kristen Stewart no elenco?? Capitalizar adolescentes platonicamente apaixonados e com um fetiche por ela??
Na minha fila e sentadas do meu lado direito estavam duas senhoras que ao intervalo comentavam uma para a outra que não gostavam dela, e que mesmo num filme de Woody Allen continuava a ter um olhar de sonsa.
Verdade. É inexpressiva, impessoal, incapaz de interagir connosco. Os seus papeis, as suas personagens são sempre baças, entediantes, plastificadas e …sonsas! Vonnie não foge à regra.
Se pensarmos que Woody Allen que a pouco menos de duas semanas de fazer 81 anos, escreve e realiza um filme por ano e que já estará a pensar no de 2017, consegue fazer de Café Society um filme consistente, Não está ao nível de Blue Jasmine de 2013, de Vicky Cristina Barcelona (2008) ou de Match Point (2005), para mencionar alguns dos seus melhores filme da última década, mas é um filme que se vê com um prazer razoável.
A sublime fotografia de Vittorio Storaro, vale quase por si só a ida a uma sala de cinema ver Café Society, apesar de este enfermar de um certo travo de boçalidade, mas nada de grave ou particularmente prejudicial.
Sem comentários:
Enviar um comentário