Para Todo o Sempre
O Poeta morre,
mas não cessa de escrever.
Enquanto escreve,
vive
ressuscitando fugidias horas
mudadas em auroras…
Uma pequenina flor,
pisada por quem passa,
é agora
um milagre de cor,
uma negaça
de mil desejos…
E os beijos
que nunca foram dados,
tornados tão reais…
Aquela borboleta
arrasta
infindas primaveras
no seu voo fremente…
– Uma palavra mais,
Poeta!
Uma palavra quente!
Uma palavra para todo o sempre!
Saúl Dias
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