Different Rivers do saxofonista norueguês Trygve Siem, será provavelmente um dos álbuns mais etéreos que possuo. Talvez seja difícil reconhecer este trabalho como jazz, mas sinceramente, a categorização, a classificação da sua música é irrelevante.
Tive a sorte de me cruzar com ele, este ano, quase vinte e três anos depois de ter sido lançado pela etiqueta alemã ECM, perdido numa prateleira da Fnac. Foi o álbum de estreia de Trygve Seim nesta etiqueta como líder, tendo sido reeditado por altura da celebração dos 50 anos de existência da mesma. E em boa hora.
Profundamente contemplativo, fluido e atmosférico, ele arrasta-nos e atrai-nos para uma luz espectral que nos encanta e hipnotiza.
Aquele tipo de música que faz bem à alma, que afasta os dias longos e ásperos, nos relaxa, nos absorve e delicia.
É uma viagem a lugares misteriosos, culturas ancestrais e antigas. Aos celtas, às runas, ao misticismo.
Tive uma grande dificuldade em escolher uma música que ilustrasse este notável álbum.
Tenho três faixas que e atraem particularmente: Sorrows (abre o álbum), Search Silence e Breathe.
Qualquer um destes três temas podem resumir o álbum muito bem. Mas talvez seja Breathe que melhor o faz.
Breathe ilustra musicalmente o poema de Annabel Laity com o mesmo título, recitado pela cantora, também norueguesa, Sidsel Endressen. A sua voz é encantatória. Lenta, pausada, com o poema bem articulado tendo por detrás de si uma diáfana cortina de sopros e um violoncelo que tange beleza.
São nove minutos em que Breathe nos agarra pela mão e voamos acima das nuvens, acima das mágoas, das agruras e acima do tempo.
Assim é Different Rivers.
Podem encontrar as três faixas que mencionei aqui.
Bom fim de semana 😉
Breathe and you know
… that you are alive
… that all is helping you
… that you are the world
… that the flower is breathing too
Breathe for yourself and you breathe for the world
Breathe in compassion and breathe out joy.
Breathe and be one
… with the air that you breathe
… with the river that flows
… with the earth that you tread
… with the fire that glows
Breathe and you break the thought of birth and death
Breathe and you see impermanence is life.
Breathe
… for your joy to be steady and calm
… for your sorrow to flow away
… to renew every cell in your blood
… to renew the depth of consciousness
… and you dwell in the here and now
… and all you touch is new and real
Sem comentários:
Enviar um comentário