Celebremo-los, admiremo-los e cuidemos deles como se fossem um de nós, porque acabam por o ser.
Mesmo quando parecem que têm um alien a viver dentro deles...
Os gatos
Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
Manuel António Pina, “Os gatos”, Como se desenha uma casa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2011.
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