Auto-exame
Outubro é o mês Rosa. O o pink October, o seu nome original, surge pela primeira vez na década de 90. Nele celebram-se dois dias importantes para a saúde feminina, daí o rosa: o 15 de Outubro, dia mundial da Saúde da Mama e o outro, hoje, 30 de Outubro, o dia Nacional da Luta Contra o Cancro da Mama.
30 de Outubro é o dia que pretende consciencializar para o impacto que o cancro da mama tem, particularmente na mulher, mas também em todos nós, incluindo homens, apesar de a incidência ser muito baixa nestes últimos.
Por isso abro este post com o auto-exame da mama e quais os sinais de alerta a ter em atenção também relativamente à mama.
A realizadora de filmes pornográficos, Rebecca Stewart, sentiu na pele este impacto. Diagnosticada em 2019 com cancro da mama, Rebecca deu por si pensar no impacto que este teve na sua vida sexual, na forma como via o seu corpo e como os outros viam o seu corpo.
Relata que no hospital onde estava, uma paciente também sofrendo cancro da mama lhe disse de imediato que esquecesse a sua vida sexual, que esta ficaria arruinada com os tratamentos.
Rebecca disse que já tinha pensado em tudo menos disso. Que se fala da perda de cabelo, da perda de apetite, das náuseas mas não de como a doença afecta a vida sexual das pacientes com cancro da mama ou não. Que existem outros efeitos secundários como perda de auto-estima, perda de libido, secura vaginal, vaginismo ou até menopausa precoce por interrupção do período, que raramente são mencionados ou que os pacientes sejam informados.
Do ponto de vista da médica oncologista que tratou a realizadora, Sónia Servitja, existe "um estigma social” relacionado com o sexo que faz transparecer que uma paciente de cancro da mama “só tem de lidar com a superação da doença”. Afirma também que esta questão é menorizada, desvalorizada por ser ainda alvo de preconceitos e do pouco à vontade em se abordar estes temas. Defende igualmente que devem estar ao dispor dos pacientes equipas de sexólogos para os ajudar e orientar ao longo deste processo.
Rebecca é conhecida por fazer filmes pornográficos realizados do ponto de vista da mulher, de uma perspectiva mais adequada de como o sexo deve ser praticado, da forma respeitosa de como a mulher deve ser vista e tratada. Considerou que dada a sua profissão e o à vontade com que lida com o corpo feminino, poderia fazer um filme que baseado na sua própria experiência e assim ilustrar todo o caminho que teve que percorrer ao longo deste processo.
O filme que realizou chama-se Wash Me (Lava-me). O trailer "suavizado" do filme é o que está abaixo e para quem quiser ver o trailer mais explícito pode vê-lo aqui. Para ver o filme completo, o site obriga a registo e pagamento.
Definitivamente é uma forma diferente, útil, e válida, de abordar e consciencializar para o cancro da mama, para o seu tratamento e efeitos secundários nas mulheres, nomeadamente ao nível do impacto nas suas vidas sexuais.
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