sábado, 31 de outubro de 2015

um laço cor de rosa


Outubro é o mês internacional da Prevenção do Cancro da Mama.
E aproveitando a boleia de Miosótis, não quis deixar escapar, o mês de Outubro sem escrever sobre o cancro da mama.

É o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e a segunda causa de morte.
É uma doença com um forte impacto a nível social e sexual. Especialmente se implicar a mastectomia. Seja ela parcial, total, ou até dupla.
Influencia com uma amplitude difícil de imaginar, a forma como muda a interacção e comunicação, com a família, amigos, colegas de trabalho e acima de tudo com o companheiro(a) e a sexualidade de ambos.

Afecta profundamente a sua auto-estima, a forma como se vê, a forma como é vista.
As mamas são por excelência a imagem da feminilidade, sensualidade, erotismo, da maternidade.
A percepção da beleza da mulher, perante ela e os outros, muda drasticamente. É preciso um esforço imenso de todos para aceitar a sua nova condição.
Não consegue fugir à inevitável comparação e ao confronto com os estereótipos`de beleza, mesmo que até aí o tenha conseguido evitar.
Particularmente quando se trata de mulheres jovens.

O cancro da mama inflige à mulher um profundo sofrimento psicológico, causa um enorme cansaço físico, depressão devido ao altíssimos níveis de ansiedade que se geram e um desequilibro emocional gigantesco.

Sabemos que estas alterações físicas, psicológicas e comportamentais, o inerente fatalismo, mesmo que este não esteja presente, ou que possa ser menorizado, estão presentes em qualquer forma de cancro.
Mas quando se fala de cancro da mama, surge em todos nós um arrepio intenso, que nos gela o corpo, a alma.
Há uma extrema sensibilidade, uma empatia, união geral e uma disponibilidade para o suporte emocional particularmente grande.

A Estée Lauder, promove anualmente um concurso de fotografia, vai na sua quarta edição, dedicada ao tema do cancro da mama em diversas categorias.
No seu site, tem as fotografias as fotografias vencedoras. Não me atraíram por aí além. Parecem-me mais estéticas que sentidas, parecem-me fotografias... pensadas. Carecem da emoção e significado necessário para nos fazer pensar, reflectir sobre o cancro da mama.

Mas nas fotografias a concurso, encontrei aquela, que me emociona, que me faz pensar, que ilustra a resistência física e psicológica que uma mulher tem que enfrentar quando confrontada com o cancro da mama.

Chama-se Céline Kriébus.
Encontrou uma forma elegante, bonita, mas muito forte e cheia de confiança, de mostrar como enfrentou a doença.
Não sei como são as suas manhãs, tardes e noites. Não sei como enfrenta a rotina diária, o mundo e como o mundo olha para ela. Não sei se o seu sorriso é radioso como mostra na fotografia, se tem, ou deixou de ter companheiro ou companheira,
Mas quando se olha ao espelho, creio que vê algo bonito, que a conforta.

Esta fotografia, parece-me ser de alguém que a vida tendo-lhe dado uma taça bem grande cheia de limões, conseguiu fazer umas valentes litradas de limonada bem doce.




3 comentários:

  1. Sem palavras para o teu texto...nele está toda a tua enorme sensibilidade.
    A foto é linda! Vejo uma mulher bonita e forte, com alegria de viver.
    É muito bom ver isso! :)

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    1. É admirável a forma Céline como conseguiu enfrentar uma situação tão difícil.
      Não menos admirável, serão todas as outras formas, que tantas outras mulheres se socorrem para encontrarem forças para enfrentarem as suas rotinas.

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  2. Desde já agradeço a tua co-partilha de Outubro Rosa. Sensibilizada... sabes como me toca este evento.
    Quando escolhi Valérie, parei em Céline.Também a achei linda! Mas Valérie tocou-me muito. É uma bailarina, a parte estética é fundamental, A coragem com que enfrentou a máquina fotográfica é admirável.

    Um beijo

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