sexta-feira, 30 de outubro de 2015

manhã pálida





manhã Pálida

Olá Manhã Pálida, vem, atravessa a porta.
Despe o teu vestido de neblinas e deita-te ao meu lado.
Aninha-te comigo, olha-me na alma.
Sussurra em silêncio os meus segredos que desconheço.

Mantém-te aqui uns minutos comigo.
Aquece-me com o teu toque azul, frio, opaco.
Canta-me uma canção de embalar com as penas 
das asas dos pássaros adormecidos.

Guarda o meu sonho de mistérios,
nos ramos serenos que tangem sons do orvalho
imóveis, tensos, enquanto não caem
no chão plácido coberto a Outono.

Adeus Manhã Pálida, vai agora, atravessa a porta.
Leva o teu vestido de neblinas pendurado nas costas da cadeira
O sol entra nas frinchas da janela que me magoa os olhos
tingiu-te de cores quentes que me gelam a alma.

Amanhã volta de novo, Manhã Pálida.
Mais cedo, se possível.

Inkheart


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