terça-feira, 13 de outubro de 2015

iranianas


Há um mês andava por terras do Irão.
Uma das coisas que salta de imediato à vista, quando se viaja por um país muçulmano, é as mulheres andarem de cabeça coberta, por vezes todo o corpo.
O Irão não é excepção.

Quando vi este vídeo no Observador reconheci de imediato o trajecto histórico do véu islâmico.

Nas primeiras décadas surge o lenço no cabelo, apenas resultante da escolha da mulher, não porque fosse imposto.

Nos anos seguintes os cabelos mostram-se em todo o seu esplendor e sofisticação, até à altura em que a revolução islâmica levada acabo pelo Ayatola Khomeni em 1979, impõe, de um momento para o outro o uso do véu islâmico. Por isso a década de oitenta amanhece a mostrar o chador. Corpo coberto apenas com o rosto visível.

Ao longo das décadas seguintes, assiste-se a dois momentos importantes na vida das mulheres: o Green Movement e o recuo do hijab relativamente à cabeça.




O Green Movement ocorreu em 2009 quando Mahmoud Ahmadinejad foi eleito presidente.
A sua eleição levantou sérias dúvidas quanto à sua legitimidade. Como consequência houve manifestações contra esta eleição. Os manifestantes usaram simbolicamente a cor verde como representação do pacifismo das mesmas. Estas manifestações foram violentamente controladas, dando origem a dezenas de prisões e mortes.

O recuo do lenço, do hijab, que a parte final do vídeo mostra, é algo que está perfeitamente visível nos dias que correm. Como manifestação silenciosa do seu querer e libertação, as mulheres, particularmente as mais jovens, vão cada vez mais libertando os seus cabelos e reganhando paulatinamente o seu protagonismo. 



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