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O Live Aid faz hoje exactamente trinta anos que aconteceu.
Era um evento verdadeiramente à escala global, apesar de se desenrolar em dois estádios, em duas cidades e dois continentes.
Estádio Wembley em Londres e o Estádio JFK em Filadélfia.
O objectivo era pôr o mundo do rock e da pop a tocar para angariar fundos que se destinavam a salvar vidas devido à grande fome que grassava pelo Corno de África. Eritreia, Somália e particularmente na Etiópia.
Os mentores destes dois concertos a passarem pelo mundo inteiro em directo, tinham sido do irlandês Bob Geldof e do britânico Midge Ure.
O que estes dois conseguiram foi juntar cerca de 150 países, numa total de aproximadamente dois mil milhões de espectadores. Um dos quais era o euzinho.
Quando revejo a listas dos artistas, reparo que na altura tinha nenhuma admiração em particular por nenhum deles e trinta anos depois mantenho-me na mesma.
A lista era imensa e muito representativa do que se tocava em plena década de 80.
Poucos ainda estão no activo, mas muitos mantêm a sonoridade do seu nome.
Sade, Bryan Adams, The Queen, Simple Minds, Madonna, Santana, U2, Dire Straits, Beach Boys, David Bowie, etc..., etc..., etc...
The Cars foram uma das bandas que que tocaram no estádio JFK.
Tocaram uma das músicas mais bonitas deles e foram acompanhados por filmagens de crianças vítimas da fome que justificavam tudo e mais alguma coisa que fosse feita por elas.
As imagens são fortíssimas. A Grande Fome de 84/85 foi realmente gigantesca.
Quase exactamente vinte nove anos depois do Live Aid, viajei para a Etiópia.
É um país bonito, o segundo mais populoso do continente africano, estável, e apresenta uma das maiores taxas de desenvolvimentos de África entre países que não dependem da petro-economia.
O limiar de pessoas abaixo da linha de pobreza está diminuir consistente.
Felizmente a Grande Fome vai longe e parece ser um país mais capaz de a enfrentar se tal voltar a acontecer.
Visitar a Etiópia é uma benesse. Uma dupla benesse.
Para quem a visita, porque mergulha num país em que como muito, muito poucos,encontramos num único lugar tudo o que associamos a África: paisagens deslumbrantes, vida selvagem variada, história muito rica, povo amistoso e muito curiosos sobre quem o visita e com música e uma cultura muito própria,
A segunda benesse é para o próprio país. Trazer turistas e viajantes para a Etiópia.
Mostrar a quem pensa que a Etiópia ainda anda com os joelhos no chão que não é verdade, trazer divisas e continuar a ajudar o país da melhor maneira possível: conhecendo-o e divulgando o que é e o que se quer tornar.
É exactamente o que a Etiópia mais precisa, mais quer e deseja e simultâneamente é a melhor maneira possível de ajudar este país espectacular.
Irem até lá.
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