quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ahmad Jamal - uma Lenda viva


No que respeita ao piano jazzístico tenho três pianistas de referência. Bill Evans, pessoalmente o maior entre os maiores, Ahmad Jamal e Dave Brubeck que considero que muito do seu sucesso se deveu a um dos maiores saxofonistas altoistas de sempre Paul Desmond.

Bill Evans morreu em Setembro de 1980, Dave Brubeck em Dezembro de 2012. Isto significa que o meu segundo pianista de eleição está vivo e faz hoje 84 anos.

Ahmad Jamal nasceu em 2 de Julho de 1930 nos Estados Unidos com o nome de Fritz Russel Jones. Apesar ter nascido de pais baptistas, por volta dos vinte anos, entre 1950 e 1952, converteu-se ao Islão e para o mundo do jazz tornou-se para sempre Ahmad Jamal.




Se fosse como o vinho do Porto à medida que envelhece ia melhorando cada vez mais. Mas Ahmad Jamal atingiu o ponto da perfeição. Como o site allaboutjazz escreveu - não consegue melhorar mais porque atingiu a perfeição há muito tempo.
A sua maneira de tocar continua elegante, fluída, sofisticada e vibrante. Peguem em qualquer álbum dele e percebem o que estou a dizer.

Desde 2010 lançou três álbuns que foram considerados dos melhores trabalhos de jazz que foram feitos nesses anos. Em 2010 - A Quiet Time, em 2012 - Blue Moon e 2013 - Saturday Morning.
Destes três tenho os dois últimos, estou à "caça" do Quiet Time e sou confesso admirador de Blue Moon.

Ahmad Jamal começou a tocar piano aos três anos (!) e iniciou os seus estudos aos sete anos (!).
Apesar de não ter tocado com Miles Davis ganhou a sua dmiração e este até terá dito a Red Garland, o pianista do seu primeiro grande quinteto - "toca como Jamal".
Por curiosidade Jamal só toca com pianos Steinway.


Ahmad Jamal toca o mítico tema Poinciana na mítica gravação ao vivo de At the Pershing (Hotel Pershing de Chicago) do álbum de 1958 But Not For Me.
Até nos dias de hoje Poinciana  o "persegue". É quase obrigatório e exigido em qualquer concerto que toque.
É um trio clássico de jazz com Ahmad Jamal no piano, Israel Crosby no contrabaixo e Vernel Fournier na bateria.
Este álbum foi dos muitos poucos na história do jazz que atingiu mais de um milhão de cópias vendidas.
Recentemente contribuí para o aumento deste número com o privilégio de o ter na edição original mas remasterizada da Chess Records.

Preparem esses dedos para começar a bater na mesa e os pés no chão e claro, antes de começar uma ovação de pé.

Parabéns Ahmad Jamal :)





P.S. - Tenho que fazer uma adenda a este texto. 
Na verdade existe um quarto pianista que lamentavelmente não mencionei na introdução do post. Bernardo Sasseti que morreu prematuramente em Maio de 2012.
Nenhum pianista que conheço, tem a capacidade de me emocionar como Sasseti. Quer a solo quer em formação jazz. Portugal foi um país pequeno para ele.


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