Irrevogável é uma palavra forte. Significa algo irreversível, definitivo, que não volta atrás. Entende-se como sendo uma palavra de honra, algo para cumprir.
Pelo peso e responsabilidade da palavra confesso que inicialmente acreditei em Portas.
Mas Portas é um político experiente. É manhoso, falso, gosta do poder, de intrigas. Tem desfaçatez, falta-lhe vergonha e como político a consciência é uma questão de oportunismo.
O ele queria era mais poder. E obteve-o na exacta medida que queria.
Para isso Paulo Portas chantageou o país inteiro. Com a sua demissão "irrevogável" fez subir os juros da dívida, instabilizou ainda mais um país já instabilizado e piorou a sua imagem externa. Aumentou ansiedades e lançou e criou aquilo que verdadeiramente ninguém queria, uma crise política.
O chantagista ganhou. Obteve aquilo que queria de Passos Coelho. Aumentar o seu peso político no governo. É o número dois do governo, vice primeiro ministro, a ministra das Finanças fica abaixo dele, a pasta da Economia fica nas mãos do CDS e ainda criou mais ministérios e logo com mais ministros do CDS, logo com mais compadrio.
Esta era a medida necessária de poder para tornar irrelevante o tal peso, responsabilidade e a honra associada a "irrevogável".
Subliminarmente Paulo Portas ao vergar e fazer Passos Coelho ceder tornou-o seu refém, secundarizou-o perante a opinião pública. Internamente, ao nível dos bastidores do poder será visto como se fosse o Primeiro-Ministro interno de Portugal.
As divergências e as tensões entre eles não vão diminuir, a situação não está pacificada, pelo contrário. Estes dois não se devem poder ver. As acusações e os dedos dos dois partidos que irão ser apontados a um e ao outro serão certamente muitos.
Como escrevi acima Portas é um político. Não tem honra, não tem palavra, não tem consciência, não respeitou o país que o sustenta. É um homem oportunista, ganancioso e de golpes baixos.
É irrevogavelmente um político reles.
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