Ao início pensei que era uma canção nova de Tim a solo.
Uma rápida pesquisa na net mostrou-me que precisei de 18 anos e da voz de Tim para descobrir que existiam os Tara Perdida.
Eles formaram-se 1995 e editaram este ano o seu sétimo álbum de originais - Dono do Mundo - após oito anos sem gravar. Enquadram-se no movimento punk-rock, um género musical pela qual não nutro grande simpatia e daí o meu total desconhecimento deles.
Tim marca completamente esta canção, quase que se apropria dela.
Quando João Ribas entra no tema quase sempre o faz quase mesmo timbre de Tim, tornando-se por vezes difícil distinguir um do outro, o significa o que vocalista dos Tara Perdida sai muito ofuscado desta parceria.
Lisboa é um hino a esta cidade. Ilustra a saudade e a ligação de quem a visita sente na hora partida.
Quem viaja conhece bem este sentimento. A saudade da partida, o adeus que não se quer dizer mas que tem que ser feito.
Os próprios Tara Perdida assumem que a música para este fim de semana - Lisboa - sai fora dos seus alinhamentos habituais, o que explica a minha escolha e a sua descoberta ;).
Bom fim de semana :)
Olá Lisboa, pela primeira vez
Olá Lisboa, pela primeira vez
Lembro-me de ti
Como se fosse um regresso a casa
As ruas escuras à noite
O medo de quem quer voltar
E passo por ti
Condenado a sentir um vazio
Na hora de te abandonar
A lembrança de quem quer ficar
A cidade por descobrir
O adeus, vou partir
Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu
Confesso-me a ti
Ó cidade de noite encantada
Lembras-me a vontade
Hoje eu vou ficar
Agarro-me a ti
Confrontando a saudade que sinto
A hora está-se a aproximar
As memórias de quem quer voltar
Um segredo que vou descobrir
O adeus, vou partir
Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu
E passo por ti
Condenado ao vazio
A ânsia de querer voltar
O adeus que não te vou dizer
Espero aqui
Com o mar controlado
A história de ter um passado
A idade de te conhecer
A cidade por descobrir
O adeus, vou partir
Lisboa, és só tu e eu
Lisboa és só tu e eu
Discordo profundamente do seu comentário à balada "Lisboa", no entanto compreendo pelo facto de admitir que é um profundo desconhecedor de um género de música considerado como sub-cultura e fora do mainstream. Discordo igualmente onde diz que o Tim "quase que se apropria dela". Lamento que tenha tão pouco conhecimento de como a música foi produzida e que por isso delege para segundo plano o trabalho notável de um rapaz (que decerto desconhece) e que se chama João Ribas.
ResponderEliminarSugiro que pesquise o trabalho do João Ribas e talvez encontre uma história notável de como a determinação, a persistência e o amor à música se tornam realidade a partir de um sonho de alguém que sempre viveu para a sua música com todos os benifícios e contrarieades que isso significa em Portugal.
Olá César. Sim de facto não são por estas águas que regularmente navego. Para informação, a minha praia é o jazz.
EliminarNão duvido do que escreveu sobre João Ribas, cuja obra efectivamente desconheço. Muito provavelmente a sua dedicação e amor à música será muito análoga à de João Aguardela.
O que escrevi não é uma análise, não poderia ser porque não conheço o género musical bem para o poder fazer em consciência, mas apenas a impressão de quem ouviu umas quantas vezes este tema na rádio sempre com a sensação que as vozes eram semelhantes.
De facto falando com colegas e amigos, percebi que não era o único com a sensação de que Tim, por ser uma voz bastante mais reconhecível e mediática, "tomava conta" da música. O que faz bastante sentido, para quem está bastante mais familiarizado com a voz de Tim que com João Ribas.
Deduzo que pelo apelido, seja familiar de João Ribas.
Se for, permita-me que lamente a sua morte e que tal como qualquer músico português que tenha feito algo de relevante por ela, também lamento pela música nacional.
Sem dúvida, César Ribas, o próprio convidado, o Tim, ao ler "isto"...Não ficará de todo, satisfeito
Eliminar