terça-feira, 9 de agosto de 2011

Grande Ecrã - Super 8


É uma mistura de ET com Goonies, com uma saltada evidente a George Romero (zombies) e uma pitada de pozinho romântico de Shakespeare (Romeu e Julieta).

A associação ao ET de Spielberg é inevitável.
Um extra terrestre quer voltar para casa e um grupo de crianças acaba por ajudar enquanto pelo meio estas enfrentam a incompreensão dos pais e um bando de mauzões com grandes meios militares.
Enquanto um queria telefonar para casa ou outro precisa de uma nave para voltar para casa.

Super 8 de J.J. (Jeffrey Jacob) Abrams, realizado e escrito por ele, parece ter como objectivo único prestar homenagem aos filmes do seu produtor Spielberg.
É talvez esse um dos seus maiores pontos negativos. Passamos todo o tempo a encontrar (para quem conhece) menções directas ou indirectas à cinematografia de Spielberg dos anos 80. Aliás temporalmente passa-se na mesma época de ET. Fins da década de 70, inícios de 80.
Desconhecer ET e Goonies é uma vantagem considerável para quem vê este filme.

Super 8 é quase um filme que vem de dentro de outro filme (terror com zombies) e que precisamente está a ser realizado por um grupo de crianças com uma câmara de super 8 - foi assim que Spielberg e J.J. Abrams começaram as suas carreiras.
A certa altura das suas filmagens o grupo vai para uma velha estação de comboio e assistem a uma colisão de um carro com um comboio que o faz descarrilar.
É talvez a melhor sequência de todo o filme. Muito bem filmada, rápida, espectacular e com grandes efeitos especiais (mas como é que carga de água um condutor resiste a uma colisão destas???).
Na fuga deixam cair a velha câmara que continua a filmar. Ao revelar o filme descobrem o que a fuga não lhes permitiu ver. Algo propositadamente vago e que parece ser um extra terrestre sai do comboio e rapidamente estranhos acontecimentos começam surgir um pouco por todo o lado.

 Alice Dainard (Elle Fanning) e Joe Lamb (Joel Courtney) dão o cheirinho romântico ao filme com tal toque Shakesperiano. Os respectivos pais, com questões não resolvidas e relacionadas com o passado, proíbem-nos de se relacionarem sob qualquer pretexto.
Cabe a esta dupla o melhor do filme, particularmente a cena em que Alice ensaia o seu diálogo na estação de comboio.
Uns bons furos abaixo dos filhos estão os seus "pais", Jackson Lamb (Kyle Chandler) e Louis Dainard (Ron  Eldard) que parecem perdidos e desligados dos seus papeis.

O final tem desenlace rápido e fácil para um filme que dura quase duas horas.
Tem a arte de esconder o extra terrestre quase até ao fim. Deixa lugar para a nossa imaginação funcionar e até ansiar vê-lo para ver se confirma o que imaginamos, mas nas cenas finais quando finalmente vemos o "bichinho" sabe a pouco e ficamos um pouco defraudados. Era preferível ficarmos sem sabermos como ele era. Tipo totem do Inception. Caiu ou não caiu?

Super 8 é um filme de aventuras e entretenimento, bom para ver num domingo - por acaso vi-o num sábado - o que não é muito para a dupla Spielberg/ Abrams e para o orçamento envolvido.

Um conselho para o pessoal mais apressado. Aguentem pelos créditos finais. O melhor do filme está nesses derradeiros minutos.




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