A jovem afegã Bibi Aisha com 18 anos foi mutilada pelo seu próprio marido com a autorização da lei talibã.
O seu crime terá sido o de se ter refugiado em casa de seus pais devido a maus tratos causados por ele, a quem tinha sido prometida aos 8 anos como pagamento de uma dívida que a sua família tinha.
Como consequência, o seu marido desfigurou o seu rosto, cortando-lhe o nariz e as orelhas.
Esta fotografia foi considerada como uma bandeira contra a violência sobre as mulheres por David Burnett, presidente do júri do WPP.
A violência sobre as mulheres não é de todo justificável. Nem que se invoque questões culturais ou religiosas. Será sempre uma barbárie. O que sucedeu a Bibi Aisha é um caso flagrante e chocante dessa mesma barbárie.
Mas qual o mérito desta fotografia? Alertar para a violência sobre as mulheres ou para o choque da desfiguração e profanação de um rosto bonito?
E se tivesse sido uma fotografia de uma mulher com dentes podres, saídos, de olhos grandes quase a saírem das órbitas e peladas na cabeça, mas igualmente desfigurada? Teria ganho este concurso?
Seria igualmente uma bandeira contra violência das mulheres? Duvido.
Após a mutilação, Aisha foi abandonada na rua. Mas foi encontrada por civis que faziam trabalho humanitário que a entregaram ao exército norte-americano.
A fotógrafa Jodi Bieber fotografou-a e foi através dessa fotografia que a ONG Grossman Burn Foundation (apoio a queimados) a levou para o EUA e pagou-lhe a prótese do nariz assim como as respectivas cirurgias reconstrutivas.
Vive agora no Bronx.
Um final feliz para Aisha.
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