Ouvi falar pela primeira vez de Rita Borba quando andava às compras para o Natal na Fnac do Norte Shopping logo no primeiro fim de semana de Novembro. Gosto de andar à frente de toda a gente e estar sossegado em casa quando se torna impossível estacionar e andar nos centros comerciais.
Cantava ao vivo - não em playback, algo que considero absolutamente desonesto - meio sentada num banco alto. Estava sozinha, os instrumentos estavam gravados, o que é pena. Ouvir os instrumentos ao vivo é tão importante quanto a voz.
Rita tem uma voz doce e aconchegante. Faz-nos sentir em casa onde quer que estejamos. Os primeiros dois minutos fizeram-me a recordar a Luísa Sobral mas rapidamente afastei a comparação. Menos aguda, mais onírica e bem mais envolvente. Mais apta cantar para adultos.
As letras são orelhudas em tom de pop simples e directo com música a condizer: tranquila e serena.
A açoriana, com origens na Ilha Terceira, apresentava o seu disco de estreia, Lá Fora, lançado em Junho deste ano. O tema que dá título ao álbum é cantado em dueto com Pedro Troia que penso que não traz mais valia a Rita. Vale por ela própria.
A música para este fim de semana chama-se Da Cabeça aos Pés e ilustra na perfeição o que é o primeiro álbum de Rita Borba.
Bom fim de semana 😉🎵
Não me venhas com mentiras
Golpes baixos ou intrigas
Que eu não vou estar a ouvir
Não assoles os meus passos
Olha que o caminho é estreito
E não te vais ficar a rir
Confronto a tua voz
Pergunto e nós
Espetas-me no peito
Um não sem preceito
Espero por ti assim
Por seres quem és
Da cabeça aos pés
Não acatas uma injúria
Minha infâmia passa a tua
Será que não consegues ver?
Passa uma, passam duas
Passa o mundo inteiro em prosa
E tu és vírgula airosa
Troco o meu passo e passo por ele
Arrepia-se a pele
Dou-lhe o meu melhor abraço
E sussurro ao ouvido dele
Digo coisas que nunca
Iria dizer em voz alta
Esqueço as horas
Se é noite ou dia
Docinho.
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