quinta-feira, 25 de agosto de 2022

o som de um buraco negro (NASA)


A NASA há poucos dias mostrou ao mundo o som de um buraco negro.

Há quem diga que é assustador, que é o som de milhões de almas a gritarem no inferno, o encontrar o bicho-papão debaixo da cama ou ainda o som de fantasmas a assombrarem-nos. 
Pessoalmente, considero poesia. É o Universo a falar connosco e nós termos a capacidade de o escutar.
Em breve seremos capazes de perceber o que ele nos diz. E nessa altura vamos compreender um pouco melhor uma das forças mais poderosas, mais misteriosas, mais nos atrai e fascina do Universo: um buraco negro.

O som que se ouve representa o estertor da matéria a ser esmagada e aquecida de uma forma que vai para além da nossa compreensão. Resulta de uma amplificação e de tratamento de dados para que resulte algo reconhecível para nós. O som original é demasiado baixo para poder ser ouvido, daí a necessidade de o amplificar.

Sabe-se desde há mito tempo que o som não se propaga no vazio. A pergunta será então foi possível captar este som? A NASA explicou na nota que acompanhou esta divulgação que nestas zonas há uma elevada concentração de poeiras e gases fornecendo portanto um meio para a propagação do som e logo para este em particular.

Um buraco negro representa o resultado final do colapso de uma estrela, quando morre, com uma massa que vai de algumas dezenas a mais de mil milhões vezes a massa do nosso sol. Quando a estrela colapsa sobre ela própria, a massa final é tal maneira grande e densa que nem a luz consegue escapar à sua gravidade. Estamos então na presença de um buraco negro.
Este, localiza-se no centro do aglomerado de galáxia de Perseus a 250 milhões de anos luz de nós - imagem que ilustra este post.

Para os mais curiosos a massa do Sol (massa solar) é qualquer coisa como 2×1030kg ou seja, é um dois seguido de trinta zeros alinhados - 2000000000000000000000000000000 kg.
Dividindo este numero por mil terão a conversão em toneladas - 2000000000000000000000000000 ton.
É um dois seguido de vinte sete zeros.

E para percebermos (que não somos) o que significa a distância da Terra ao buraco negro que podemos ouvir, a coisa fica extraordinariamente mais difícil.
A luz percorre no vácuo cerca de 300 000 quilómetros por segundo.
Convertendo um segundo-luz para um ano-luz, o valor obtido é 9.460.800.000.000. Ou seja, é 9 biliões 460 mil milhões e 800 milhões de quilómetros percorridos percorridos pela num ano. É um número insano.
Mas com esta distância percorrida ainda não chegámos ao buraco negro que fala connosco. Nem de longe, nem de perto. Temos que a multiplicar por 250 milhões de anos-luz Esqueçam! É mesmo muito, muito, muito longe. E a sua luz é mesmo muito, muito, muito antiga.

Entretanto, apreciemos a sua voz. O que tem para nos dizer. E admiremo-lo.









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