quarta-feira, 22 de setembro de 2021

meu adorado Outono


É a estação que mais se insinua nos nossos sentidos. É a mais repleta de texturas. É a mais introspectiva.
É bela nas cores que forram as vinhas já vindimadas, suave como a queda das folhas que as árvores derramam sob o cinzento do alcatrão, terna e aconchegante como as mantas que saem das gavetas, aromática como as primeiras chuvas que libertam o mais envolvente dos perfumes quando estas batem nas estradas e na terra. Eis a estação do Outono.

Alexandre Glazunov, compositor russo de escola romântica, no seu ballet As Estações, de 1899, evoca cada uma delas. Em Outono, Glazunov começa com festividade e majestosidade, as danças, as vindimas e a festa do vinho são celebradas com exuberância, para depois descrever o Outono mais avançado, mais melancólico, bucólico e sereno onde as temperaturas vão gradualmente baixando, castanhas começam a ser assadas e as lareiras fazem crepitar as primeiras fagulhas tornando as conversas mais amenas e mais reflectidas.
No fim, conclui de novo de forma apoteótica e jovial recuperando o tema inicial.

Especial atenção por volta dos 03.50 min onde começa o Petit Adagio, uma das peças mais bonitas que constituem todo o bailado e particularmente o Outono, terminando por volta dos 08.19 min. Sublime.

O meu adorado Outono começa hoje. Benvindo 🥰🎻🍁🍂








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