segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Charles Bukowski - o mundo decadente de um escritor extraordinário


Introduzi-me no mundo de Charles Bukowski através do seu livro A Sul de Nenhum Norte.
Quando digo mundo, é de facto mundo. Na verdade, deveria dizer sub mundo.
Com Bukowski navegamos nas ruas sujas das cidades, nos empregos que duram um ou dois dias, das bebidas alcoólicas bebidas em excesso, rodeado de pessoas marginais, miseráveis e inevitavelmente perdidas na vida. Das prostitutas maltratadas, do sexo pelo sexo, do dinheiro fácil mas volátil das corridas de cavalos. Com ele, vivemos nas pensões baratas, em caves, em anexos e nos apartamentos quase imundos, mal iluminados e sem conforto, com senhorios e senhorias tão obscuras e desagradáveis como aquilo que por eles é alugado. 

A sua escrita é desabrida, decadente, crua, desbocada e coloquial. É feita de palavras obscenas, brutas mas realistas tal como a realidade que Charles Bukowski viveu.
Não é fácil gostar deste escritor e poeta nascido na Alemanha que aos três anos se mudou com os seu pais para os Estados Unidos. Mas uma vez gostando não há como não deixar de gostar e voltar várias vezes a Bukowski.

Depois de A Sul de Nenhum Norte, li Notas de Um Velho Nojento, talvez uma escrita mais "agressiva", desregrada e obscena que o anterior e comprei ontem o meu terceiro livro dele: Pulp. Pulp foi o seu último livro escrito e publicado em 1994, pouco antes de uma morte, vítima de leucemia, que já estava anunciada.

Pessoalmente, o meu livro favorito dele foi o primeiro que li, não há amor como o primeiro, diz-se. Vamos ver o que Pulp me trás. Mas acredito que ainda terei um quarto livro de Bukowski.

Todos estes três livros estão editados pela Alfaguara.










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