Gosto da tristeza, da dolência, da lentidão da voz Samuel Úria a cantar Vem de Novo.
Fez-me sentir saudades de quem já não volta.
A solidão não é não ter amigos, não é não ter quem olhe por nós. Solidão é quando se perde algo mais importante que nós próprios. É quando se sabe, se percebe que esse bocado a menos não será preenchido, não será recuperado. Será sempre um vazio.
É quando o vem de novo, jamais poderá acontecer porque o "de novo" é uma impossibilidade física.
Aí está-se verdadeiramente só. Mesmo quando há um milhão de pessoas à volta, porque nenhuma delas é o "de novo".
Vem de Novo é a quarta canção de um EP - Marcha Atroz - de Samuel Úria que ainda não tem um mês de lançamento.
É a segunda vez que Úria pisa o placo da Esteira.
Bom fim de semana ☺
VEM DE NOVO E se eu... E se eu me esquecer de ti? Mas não dessa forma que o fiz (Isso fui só eu a ser só eu). Mas, se se enrugar a noção do meu melhor, Vem, de novo, deseducar-me de estar só. E se tu... E se te apagares de mim? Mas não como às vezes pedi (Isso fui eu só a ser eu só). Ai, se se enrugar a noção do meu melhor Vem, de novo, curar-me o vício de estar só. E se o que eu pagar P’lo que não dormi For reencarnar Nas memórias de um puto sem jeito nenhum? E se o que eu pagar P’lo que já esqueci For perder o pavor de perder-te Por nem saber quem és? Pois, se se enrugar a noção do meu melhor, Venho, velho, desconhecer que nada sou. Mas se se enrugar a noção do meu melhor Vem, de novo, deseducar-me de estar só.
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