Começa hoje três meses de sofrimento, de opressão e depressão.
Noventa dias de cansaço físico e mental. Noventa dias em que sou olhado como um alien por não gostar de sol, de calor e de praia.
Vendo como a Primavera acabou e o verão está a começar - chuva, trovoadas e céu cinzento - tenho esperança que talvez não seja assim.
Mas sabendo que o Homem está empenhado em destruir o seu planeta, a sua delicadeza e todo o equilíbrio que o envolve, tudo me diz que esta esperança é ilusória.
O verão vai ter ondas de calor prolongadas, a seca vai ser intensa, os incêndios de novo devastadores, e dezenas de milhares de animais vão ser abandonados porque os seus seus irresponsáveis donos são incapazes de perceber que uma vida que é acolhida, amada e protegida por nós é... para sempre!
E não apenas enquanto são pequenos, fofos, não dão trabalho e não custa dinheiro.
Quanto a música, vem aí o pimba mais forte do que nunca, os cinemas enchem-se de comédias cada uma mais idiota que a anterior e os livros de cor de rosa brotam das prateleiras das livrarias como cogumelos. Definitivamente é um período tão negro quanto as paisagens ardidas.
Salvam-se os políticos que desaparecem de cena por um mês.
Jorge Lima Barreto, um dos homens (o outro era Victor Rua) por detrás dos Telectu, no ano 2000 lançava a solo o álbum Neon Neon.
Nele viajamos pelos dois equinócios (Primavera e Outono) e solstícios (Verão e Inverno) que existem ao logo de um ano.
Venha de lá o do Verão, enquanto ajoelhado rezo pela chegada rápida do equinócio do Outono.
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