Um dia estava Débora Umbelino estava a ver um programa na televisão sobre o Vale do Omo, no Sul da Etiópia, quando reparou nas pinturas corporais da tribo Surma.
Atraiu-lhe o abstrato das pinturas, das suas cores, das suas formas orgânicas, místicas, quase experimentais.
Débora queria pegar no seu baixo, nos sintetizadores que tinha em casa e juntar-lhes a sua voz . Queria lançar-se no mundo da música. Sabia que águas navegar: a electrónica. O que fazer com ela: experimentar sonoridades que ainda não estivessem muito exploradas. Gostou da tribo, dos ornamentos e do significado que lhes atribuiu. Decidiu que Surma seria um bom nome para o seu alter-ego musical, e que se adequava a aquilo que gostava de fazer.
A música de Surma tem aqueles nomes estranhos que quem arruma e categoriza os géneros musicais gosta de atribuir: post-rock, noise, dream pop.
O que seja. Maasai, outro nome retirado desse planeta de países que é África, é profundamente reflexivo. Uma paisagem sonora solitária e serena.
É como ela pensasse em voz alta, ou melhor, em voz pausada. E leva-nos connosco nos seus murmúrios ecoantes e angelicais.
Bom fim de semana :)
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