Recentemente tive uma conversa que me fez recordar tantas outras que já tive.
Falávamos sobre animais e o quanto eles são fofos, queridos e conseguem estabelecer relações afectivas com os seus donos e acima de tudo a capacidade de as estabelecerem com outras espécies.
Foi mencionado a galinha que abrigava cachorrinhos debaixo das suas asas, o porquinho que brincava com um cão, um gato que se aninhava numa porca, os pintainhos são adoráveis e as suas cores queridas.Os exemplos são incontáveis.
Depois retorqui que tudo isto era bonita, mas que no fim as pessoas que adoravam estes vídeos, estas histórias, colocam adoros e likes nesse vídeos e depois... comem-nos ou vão a um circo vê-los
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Isto irrita-me profundamente. É uma hipocrisia tremenda. E doí-me, mexe imenso comigo, porque estamos a falar de seres vivos sencientes.
Relembraram-me que antes que também comia carne e aos quilos. É verdade. Mas soube ultrapassar esta minha hipocrisia. E que me tornei vegetariano há pouco anos. Verdade de novo. Mas tornei-me.
Sou vegetariano sem que ninguém me incentivasse, explicasse, mostrasse ou dar a entender o que os animais que comemos o que são e o que passam.
Soube ir além dos vídeos fofos e ver o que se passa no seu dia a dia, fui capaz de ver o que se passa nos matadouros e ser capaz de chorar por eles, e acima de tudo mudar os meus comportamentos por eles.
Soube perceber o que era feito com estas vidas, e que ninguém se lembra que já foram vidas!
Soube procurar, perceber, os conceitos de senciência, especismo e compreender plenamente os seus significados.
O vídeo é um pouco lamechas, feito para amolecer o coração.
É para levar-nos a pensar que tal como o animal humano, o animal não humano também não quer morrer e tem esse direito. O direito à sua vida.
É utópico, mas o seu objectivo é levar as perceberem que um animal pensa, sofre, sente medo, alegria, sabe o que é conforto e protecção, gosta de carinho e não gosta de ser agredido. A esta percepção, reacção e adaptação ao ambiente que o rodeia chama-se senciência.
Sabiam que é preciso que uma criança chegue aos quatro anos, para igualar a inteligência de um porco?
Sabiam que o porco é mais inteligente que um cão?
Sabiam que o porco só chafurda numa pocilga, porque o pomos numa pocilga, quando o que ele gosta é de um sítio limpo?
Sabiam que comemos o porco (ou uma vaca, ou uma galinha, etc..., ) e revolta-nos saber que um cão é comido, porque não temos a coragem de ter um porco em casa e estabelecer laços afectivos com ele, quando o contrário acontece em definitivo? A isto chama-se especismo.
Hoje celebra-se o dia mundial do Animal. Não só do cão, ou do gato. De todos.
E das suas vidas.
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