Para quem se prende com o derreter de pneus no asfalto dos carros de Dominic Toretto e Brian O' Conner, vai gostar de ver, e reconhecer, a cena de mota entre Kirk e a sensual Jaylah.
Apesar utilizar efeitos especiais por vezes pouco convincentes, em barda, tentar imprimir algum ritmo e acção, abusa da sobre-edição, de excessivos e confusos revolteios de câmara a causar náuseas, o filme arrasta-se durante quase duas horas de uma maneira trapalhona, sem nos envolver, sem nos atirar lá para dentro.
Uma das mais valias deste e qualquer outro filme Star Trek, e que tinha superado as minhas expectativas quer no primeiro, quer no segundo filme de Star Tek, o capitão Spock do brilhante Zachary Quinto, cai por terra com Justin Lin e com os argumentistas.
Falta-lhe profundidade, aquela lógica, aquela filosofia fria e reducionista tão atraentemente...vulcana.
Chris Pine está longe de conseguir vestir plenamente a pele do capitão Kirk.
O reptiliano Krall é o mau da fita, desempenhado por um irreconhecível, mas esforçado e igualmente perdido, como todos os outros actores, Idris Elba.
O argumento é linear. Uma crise existencial de Spock e de Kirk, leva-os a considerar a hipótese de deixarem a Enterprise para trás. Entretanto e previsivelmente um pedido de última hora, um apelo ao dever que os leva a reconsiderar as decisões, e lá vão eles para as estrelas de novo.
No entanto há um ponto alto neste Star Trek: a destruição da nave Enterprise.
Há aqui uns momentos de alguma angustia e incredulidade por aquilo que os nossos olhos estão a ver. Será que vai mesmo ser destruída, ou vai ficar só um bocado estragadita? A fim ao cabo, não estamos nada habituados a ver a nossa querida e amada nave Enterprise feita em cacos. Mas fica mesmo! E nada se aproveita dela.
Quando o filme acaba sinto um certo alívio por me levantar da cadeira e ir fazer outra coisa qualquer. Entretanto penso no título e questiono, para além de quê, de que universo??
- Levar o aborrecimento até onde este ainda não tinha ido. É a resposta que me ocorre.
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