terça-feira, 10 de maio de 2016

sinais dos tempos





É fantástico que Londres tenha elegido para mayor (o equivalente inglês de presidente de câmara) um muçulmano filho de pais emigrantes do Paquistão.
É a primeira capital europeia suficientemente evoluída para que tal aconteça. Sadiq Khan está para a moribunda e incapaz Europa como Barack Obama esteve para os Estados Unidos.
Uma enorme quebra de preconceitos. Especialmente nos tempos que correm em que os muçulmanos e o islamismo são confundidos com terroristas, esta eleição londrina é uma esperança na maior compreensão e aceitação de uma religião mal amada e incompreendida.

Pode pensar-se que Londres tem uma natural propensão para a tolerância racial e religiosa.
É uma enorme metrópole com mais oito milhões e meio de habitantes.
Existe gente de todos os países do mundo, representando uma variedade imensa de culturas, raças e crenças.
É visível a presença dessa multiculturalidade através dos diferentes modos de vestir, das diferentes línguas que se ouve, no que se pode comprar nas lojas, na gastronomia variada que os restaurantes oferecem.
A convivência diária com esta diferença de culturas torna os seus habitantes mais abertos, mais aptos a ignorarem o que os distingue, a irem para além do acessório e fixarem-se na essência.

Tudo isto é verdade, mas relativizar a eleição de um muçulmano para o posto maior administrativo da cidade de Londres é um erro.
De verdade que souberam efectivar, concretizar esta abertura. Podia não ter acontecido.
É pouco crível que este exemplo se multiplique no curto ou médio prazo pela Europa fora. Mas o primeiro passo foi dado. E é sempre o mais difícil de dar.



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