domingo, 5 de julho de 2015

Hoje na Grécia será assim...





Mas...

...com o Sim serão subjugados pela tirania agiota europeia, subjugados pela ganância da banca alemã.
Serão gregos de nome apenas. A sua soberania será perdida de vez.

O caos em que se encontram será maior, a dependência financeira será maior que nunca e a capacidade de pensarem por si próprios será a menor de sempre sem que sejam chantageados financeiramente e economicamente primeiro.

Nada vai mudar com o Sim. Os gregos vão continuar sozinhos. Os medicamentos vão continuar a faltar, a alimentação será racionada e o desespero manter-se-á.
O crescimento económico será uma miragem porque a Europa credora e predadora alimentar-se-á dele e não vai abdicar durante muito tempo desse festim.
A solidariedade europeia é uma vã miragem. Areia atirada para os olhos. Ela não existe.

O caixão do Sim é uma toalha europeísta atirada para o ringue para quebrar a vontade dos gregos, uma pata negra colocada sobre as suas costas sempre que estes tentarem fazer frente à vontade da Europa alemã, sempre que se quiserem levantar ou protestar.


... com o Não, os gregos caem no tapete. Mas vão levantar-se.  
É como os filmes do Rocky. Pancada até ao fim. A maior sova de sempre. Dentes partidos, olhos inchados, lábios rebentados, mãos que não se conseguem levantar, sangue por todo o lado. Mas depois vem o Eye of the Tiger, o homem renasce daquela sangria desatada e parte depois aquilo tudo. 
Será assim com os gregos.

Completamente Ko, caídos no chão, mas sem a pata negra sobre eles. Vão poder definir o que vão fazer, o que querem ser, que caminho percorrer. Vão poder retomar a sua soberania e a sua voz. 
E o que terão que passar até que isso aconteça, não será diferente do que estão a passar agora.
Mas só dependerão deles e das suas decisões. 

O Não permite-lhes o renascimento. É um acto de coragem. Mesmo que depois venham a escolher uma outra pata negra para se porem de baixo.
Mas aí já não se podem queixar. As asneiras, os excessos que cometeram, que os levaram até este ponto, até ao dia de hoje, terão que ser lições aprendidas.

E o mais espectacular do Não, é que a Europa alemã TEM também que aprender as suas lições.
Ela própria vai ter que aprender com os seus excessos, com os erros crassos cometidos, perceber que não é toda poderosa, perceber o novo e o verdadeiro significado de solidariedade e de soberania.

Não é um não à Europa. Será antes um não à Europa alemã e à sua obsessão da austeridade continua. Austeridade sobre austeridade, da ausência de esperança. 

A vitória do Não será uma fantástica oportunidade de a plutocrata Merkel e os seus béus béus, serem postos no seu devido lugar. Açaimados.


Qualquer que seja a decisão do referendo, a Grécia vai ter sempre que fazer pela vida e dar à perna. Também não pode estar à espera que lhes venham fazer as vontades. Em qualquer situação há um preço a pagar.

Eventualmente estar fora do euro alemão não tem que ser mau. 
Quem está de fora e deliberadamente de fora, não se queixa e não quer entrar para este clube que mostra ser ruinoso e que deu origem a políticos e a políticas ainda mais ruinosas e agiotas.


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