Um fardo ou um orgulho?
Creio que deve ser um fardo. Muitos sentem a necessidade de fugir a essa segunda pele que lhes cola ao corpo e tolda os seu movimentos.
Mas creio que para Leonardo Nimoy deverá ser um orgulho. Mr Spock foi o nome da personagem que se tornou o nome do seu autor.
Leonardo Nimoy é mais desconhecido que Mr Spock, mesmo para quem a série Star Trek, é o nome de uma série que nunca viram.
Curiosamente Leonardo Nimoy, teve duas fases distintas e opostas relativamente ao nome que se tornou o seu alter ego.
Em 1975 publicaria a sua primeira autobiografia no livro - I am not Spock - para depois inverter a situação em 1995, num outro livro, a sua segunda autobiografia, com o título I am Spock.
Primeiro o fardo, depois o orgulho.
Mr Spock sempre me fascinou. À sua lógica e à frieza da sua racionalidade, o vulcano de orelhas pontiagudas, sempre conseguiu nas alturas certas e na dose ideal invocar as emoções, herança da sua mãe que era humana, para se sobrepor à sua personalidade extremamente analítica e prática.
Mas a César o que é de César.
Mr Spock impôs-se como personagem autónoma, ao funcionar, um paradoxo difícil de resolver para um vulcano, em oposição ao muito humano, Capitão Kirk (William Shatner).
Sem ele, Spock talvez fosse um personagem menos fascinante e bastante mais vazio.
Eles dois foram talvez um dos melhores pares românticos da história do cinema.
Deixando de lado Mr Spock, para olhar para Leonard Nimoy.
Para além da carreira de actor, não só de cinema e televisão, mas também de teatro, ele foi um homem das artes. Foi encenador, poeta, fotógrafo, músico, cantor, e também... sex symbol.
Voltando a Mr Spock. Tal como muitos, também eu tenho uma herança dele, o seu legado.
A mítica saudação vulcana que surgiu pela primeira vez em 1967.
Mão aberta levantada e palma para virada para a frente, dois dedos para cada um dos lados e o polegar afastado - Uma vida longa e próspera.
Bom regresso a Vulcano, Mr Spock.
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