Do Come Home, soa ao pedido de alguém que perdeu o seu Eu, a sua sombra
O homem tigre anda incompleto sem ela.
Quem não anda, quando algo essencial lhe falta? Um amor, um sonho, uma conquista, também, mas não necessariamente amorosa, mas muito desejada, perseguida e ainda (ou nunca) não conquistada.
Até uma dor vivida muito tempo se torna numa extensão nossa, uma parte do Eu. E quando curada, pode-se tornar uma companheira ausente. Ela falha, faz falta e precisamos dela. Em nós, em casa.
The Legendary Tigerman, chama-se Paulo Furtado. Procurei descobrir o porquê do seu nome artístico mas não consegui. É pena. É um nome curioso. Deve ter uma boa história por trás dela.
Começou nas ruas a tocar sozinho uma série de instrumentos - one man band.
Um dia passou para os palcos essa capacidade e tornou-se no The Legendary Tigerman. Em simultâneo é membro (vocalista e guitarrista) dos Wraygunn. Uma espécie de esquizofrenia entre Paulo Furtado e o Homem Tigre.
Em True, o nome do álbum que foi lançado este mês é o primeiro que produz com uma banda. Corta a linha directiva do one man band e da máscara protectora do rosto pintado, para expandir o seu território a outros músicos (e músicas) e assumir-se por inteiro.
Paulo Furtado diz que as duas personalidades (Wraygunn e Tigerman) se aproximam mais uma da outra. Tende para um maior equilíbrio e simultaneamente, diria eu, para um maior e redentor alívio.
A música para este fim de semana, Do Come Home, lança o álbum.
É simples no som, na voz e na letra.
É hipnótica no pedido pungente que faz à sua "sombra" para que o acompanhe a casa, que se torne de novo dele.
Espero que a tenha conseguido convencer.
Bom fim de semana :)
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