"Quando afagas um gato com o teu espírito, em troca eles afagam a tua alma com seu coração"
Tenho três que todos os dias, todas a noites me fazem isso. Tocam a minha alma.
Não os ter é agora quase inconcebível para mim.
Há uma nobreza, uma dignidade, inteligência e fascínio que emana de cada um dos meus gatos, de cada um de todos os gatos.
Gatos são poemas ambulantes, escreveu Roseana Murray e recordo-me de outra frase Mary Wilkins que define igualmente na perfeição os gatos - " Os gatos amam mais as pessoas do que elas permitiriam, mas eles têm sabedoria suficiente para manter isso em segredo".
Concordo em absoluto com ambas as frases. Especialmente com a segunda.
Na verdade eles podem literalmente morrer de saudades dos seus donos.
Por vezes alguns escolhem, determinadamente, morrer de solidão mesmo que alguém os acolha, os ame e proteja, quando estão longe dos seus donos, da sua casa, do seu território, quando são abandonados.
Os gatos amam de uma maneira discreta, aparentemente desinteressada, mas aberta, sincera, generosa e silenciosa. E precisam exactamente de serem amados da mesma maneira respeitando a sua natureza felina.
Enquanto os cães sabem que estão a lidar com um ser humano adaptando o seu comportamento a nós, mas os gatos vêm-nos não como seus donos, mas como iguais a eles.
Podem não ser efusivos, podem ser esquivos e fugirem até de nós quando inutilmente pretendemos pegar ao colo ou dar-lhes um abraço. Mas tal comportamento é aparente.
Podem não ser animais de obediência, mas são animais de confiar. E quando essa confiança é quebrada é difícil recuperá-la.
A sua complexidade comportamental é deliciosamente simples.
À sua maneira demonstram o quanto gostam de nós estando muitas vezes ao nosso lado sem os vermos. Roçam o seu corpo e focinho nas nossas pernas e mãos, dão turras e amassam os nossos braços quando decidem aninhar-se neles, numa prova evidente de que sentem protegidos, satisfeitos e felizes. Amados.
Quando estão em harmonia connosco, com o ambiente que o rodeia, fazem um dos sons mais incríveis e deliciosos que provavelmente o ouvido de um ser humano pode ouvir vindo de um animal, o ronronar de um gato.
Após milhares de anos de convivência, ainda não somos capazes de compreender plenamente o comportamento do gato. Um felino que nunca abdicou de o ser.
Há uma grande mitologia em torno deles. Que renovam energias, que anulam energias negativas, que são guardiões de almas, que têm o mesmo tipo de aura que os humanos, observam e analisam a nossa alma, vêm o que nós não vemos, protegem-nos de espíritos malignos e por aí fora.
Não acredito nisso, mas gosto de mitologias. Por isso gosto de toda a mística, dessa mitologia que os rodeia e que foi sendo construída ao longo de milhares de anos.
À parte tudo isto, ter um gato (ou gatos) é um autêntico privilégio.
Pessoalmente multiplico por três tudo o que escrevi neste texto.
P.S - Curiosamente existem dois dias mundiais do Gato.
Um que se celebra hoje (17.02) criado por uma ONG italiana de defesa dos animais sob o lema "Todos Juntos Contra a Superstição".
O segundo dia é celebrado a oito de Agosto e foi criado pela IFAW (International Fund For Animal Welfare).
Na dúvida celebro os dois dias ;)
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