É o que acontece com Arborescence do pianista norte-americano Aaron Parks. E não por acaso certamente.
À primeira audição somos agarrados e há uma necessidade de ouvir uma segunda vez para perceber o que nos aconteceu. Andei quase uma semana a ouvi-lo repetidamente. Sem cansar.
Aaron Parks, a solo, cria um mundo encantado e de fantasia em Arborescence. Cria paisagens de tempo e beleza. Nele há tranquilidade e serenidade.
Toca sem pressas, em duo com um expressivo silêncio que realça a doçura e cristalinidade de cada nota tocada.
Convida à reflexão, ao abrandar do mundo. Cria uma bolha, um espaço só nosso, a nossa intimidade.
A música de Aaron Parks é gentil, fluida, colorida, acolhedora e envolvente.
A primeira faixa de Arborescense - Asleep in the Forest - estabelece o tom poético do resto do álbum e faz a introdução a um mundo imaginário.
Os títulos são apelativos e coerentes entre si, Toward Awakening, Squirrels, Branchings, River Ways, Elsewhere ou Past Present. No total são onze temas muito sugestivamente baptizados.
Através deles é fácil imaginar um minúsculo, feérico e arboreal mundo verde (sim a capa tem influência) com fadas, ninfas, duendes e elfos vivendo em harmonia com a natureza que os rodeia.
Aaron Parks abre-nos uma porta onde flutuamos para um mundo encantado, onírico, cheio de harmonia e muito... arborescente.
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