Sou dos que defendem que a prostituição deveria ser legalizada.
Sendo ela a mais velha profissão, porquê pô-la de lado, porquê ignorá-la e assobiar para o lado?
Porque não proteger quem ela pratica e quem a ela recorre?
Porquê insistir na estigmatização social de quem a pratica, obrigando à prática de uma desgastante vida dupla?
Já que não se consegue erradicar, porque não atribuir-lhe dignidade ao mesmo tempo que se evita e se luta para que as mulheres e homens sejam explorados e humilhados?
A legalização permitiria ainda controlar ou diminuir a exploração sexual de crianças e o tráfico de carne branca.
Assumir como uma fonte de rendimentos legítima, providenciar os devidos e competentes cuidados médicos e sanitários uma vez que obviamente a saúde pública pode estar em causa.
Seguir os passos da Holanda, Alemanha e Nova Zelândia.
Esta minha opinião vem na sequência da música que escolho para este fim de semana, uma das várias músicas que gosto de Paulo Gonzo - Call Girl.
Call Girl é um filme de 2007 realizado por António Pedro Vasconcelos e protagonizado pela bela e sensual Soraia Chaves, conta a história de uma prostituta que é contratada para influenciar um presidente de câmara (Nicolau Breyner) a autorizar que uma multinacional construa um empreendimento turístico de luxo.
A letra da canção denota compreensão e respeito profundo pelas prostitutas e pelo terrível dilema, uma luta que elas enfrentam diariamente, como vender o corpo mas preservar a integridade da alma.
O custo é tremendo. Para muitas significa o abdicar do amor verdadeiro.
A música tal como a letra é tensa e obscura tal como a profissão de uma call girl.
Vives no fio da navalha
Teces as teias do amor
Onde se deita a perder
O prazer lado a lado com a dor.
Ardo no frio dos teus braços
Dizes o que eu quero ouvir
Caio aos teus pés de cansaço
E morres por mim a fingir.
Call girl, faz de conta
Quem és? Pouco importa
Call girl, sinto-me tão só
Call girl, no teu corpo
Quem quer inventa um outro
Call girl, por uma noite só.
Guardas contigo o segredo
Que põe o mundo a teus pés
Escondes em silêncio o medo
Que alguém um dia saiba quem tu és.
Call girl, faz de conta
Quem és? Pouco importa.
Call girl, sinto-me tão só
Call girl, no teu corpo
Quem quer inventa um outro
Call girl, por uma noite só.
Bom fim de semana :)
Sem comentários:
Enviar um comentário