Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido
Jean Rostand
Para mim há poucas coisas mais delicadas no mundo da arte, que não a música, do que uma escultura em mármore branco.
Para ilustrar o dia internacional do beijo, estava indeciso entre duas esculturas em mármore alvo: o Beijo de Auguste Rodin ou Eros e Psique de Antonio Canova.
Gosto muito mais do que se imagina, do que aquilo que se mostra e assim, sendo fã incondicional de Rodin, escolho a escultura do italiano Canova, Eros e Psique que descreve um episódio repleto de ciúmes e amor da mitologia grega.
E ao contrário de o Beijo de Rodin onde este se concretiza, na estátua de Canova o beijo não chega a acontecer, mas sabemos de certeza absoluta que vai acontecer.
Canova liberta a nossa imaginação e deixa para nós a concretização do acontecimento.
Ele é antecedido pelo toque dos olhares, pela postura dos corpos e pela entrega dos braços.
Não se vê o beijo nesta escultura, mas sente-se a sua proximidade, o seu suave calor, o toque de veludo que está prestes a acontecer.
Não carrega o fogo crepitante dos amantes, mas tem a doce gentileza dos enamorados.
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