segunda-feira, 25 de julho de 2011

Grande Ecrã - The Way Back (Rumo à Liberdade)


Esperava mais do realizador do Clube dos Poetas Mortos e de Truman Show.
Estes dois filmes têm algo que Rumo à Liberdade não tem: emoção.

Rumo à Liberdade conta a história (supostamente) verídica da fuga a pé numa caminhada de cerca de 6400 quilómetros, de um grupo de prisioneiros políticos de um gulag soviético em plena Sibéria até à chegada à índia.

O filme é bom, tem interesse e o facto de ser verídico dá-lhe uma dimensão extra.
Mas ao longo de pouco mais de duas horas, são raras as vezes que o realizador e argumentista Peter Weir nos consegue pôr dentro dos personagens, quando o consegue é através de Ed Harris, do que vai lá dentro, quer do ponto de vista da determinação anímica quer do ponto de vista dos sofrimentos físicos.

Os olhos e os rostos dos actores são quase sempre frios e pouco comunicativos.
Parece que o realizador deu mais importância à dimensão das paisagens do que à dimensão humana.
Conhecemos superficialmente as suas histórias pessoais e no final quando esperamos algo mais sobre o que sucedeu aos protagonistas não surge nada.
E ao longo da épica travessia não é dado ao espectador referências temporais que o situem na acção.

Num conjunto de actores muito homogéneo, Jim Sturgess (Janusz) e claro Ed Harris (Mister Smith) estão acima da médio do grupo.
Colin Farrel compõe um interessante Valka mas peca pela excessiva plasticidade e pela quase caricatura do seu personagem.

É um filme a ver, mas parece algo desequilibrado e monótono na maneira como é filmado.
É excelente a maneira como é filmada a gélida Sibéria, mas pouco convincente a (tentar) filmar a inclemência do Deserto de Gobi e zero no que respeita à dureza dos Himalaias.
Quando esperávamos um filme de emoções, temos um filme documental.
Talvez influência da presença da co-produção da National Geographic.





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