terça-feira, 31 de maio de 2011

Grande Ecrã - Pirata das Caraíbas 4 (Por Estranhas Marés


Gostei imenso do primeiro Pirata das Caraíbas. O segundo ainda beneficiava da aura do primeiro e o terceiro vulgarizou-se.
O quarto filme, Pirata das Caraíbas por Estranhas Marés, já não tem obviamente o elemento surpresa. Por isso o que se espera é encontrar mais do mesmo e de preferência um pouco melhor. Mais do mesmo, sim. Melhor é que já não. 

Johnny Depp continua com o seu brilhante Jack Sparrow maneirista e caricatural qb sem no entanto cair no exagero do terceiro episódio da saga.

O seu oposto, o capitão Barbossa, está como sempre em grande forma, garantido pelo espectacular Geoffrey Rush.
Penélope Cruz, a filha do temível Blackbeard, é pouco mais que um rosto bonito sem muita influência ou destaque no desenrolar do filme.

Está filmado de uma maneira escorreita e sem grandes pretensões. Não inova e também não desilude. Mas talvez aqui se sinta a falta de exuberância e vivacidade de Gore Verbinski que passou o testemunho da realização a Rob Marshall, o realizador dos excelentes Chicago e Nine.

O maior pecado deste filme reside no fraco argumento. Tem no entanto o mérito de ser mais linear e mais "verosímil" que o retorcido Pirata das Caraíbas - nos Confins do Mundo.
Mas a sensação de desperdício é grande quando no argumento e ao mesmo tempo, existem zombies, piratas e sereias e o melhor que se consegue é uma sensaborona e incipiente história de amor entre uma sereia pouco convincente e um missionário de aspecto moribundo. Não fazendo esquecer de todo o dinâmico e interessante par romântico dos anteriores filmes, Orlando Bloom e Keira Knightley.
Nota-se a falta de humor ou quando este surge é pouco imaginativo, um pouco longe do humor mais ou menos refinado que esteve presente nos dois primeiros filmes.
Talvez a dupla de argumentistas (Ted Elliott/ Terry Rossio) que escreveu este e todos os anteriores Piratas das Caraíbas já tenha a receita um pouco esgotada.

Parece que vai haver ainda uma quinta aventura, o que nos vai permitir continuar a assistir às aventuras dos capitães Jack Sparrow e Barbossa, o que apesar de tudo não deixa de ser uma boa notícia.

Uma última nota. Fui ver a versão 2D e garantidamente não vale a pena e não se justifica o 3D, a menos que não se tenha amor ao custo extra dos bilhetes ou se seja defensor fanático e viciado nesta tecnologia.




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