quinta-feira, 5 de maio de 2011

Grande Ecrã - Sem Limites (Limitless)


Sem Limites é uma espécie do mito de Fausto de Goethe revisitado.

Eddie Morra é um pobre diabo que se encontra numa espiral descendente da vida. De apecto desleixado, tem um relacionamento acabado, um apartamento imundo e um livro para escrever que não consegue escrever.

Acidentalmetne cruza-se com o seu ex-cunhado que a pretexto de ter algo que o ajuda sair daquela situação, lhe dá um comprimido, uma droga chamada NZT 48. E ela faz... milagres.

Expande-lhe as capacidades do cérebro a um nível nunca antes experimentado, mudando efectivamente a sua vida. O mundo torna-se atraente, um local cheio de possibilidades onde tudo parece ser possível e estar ao seu alcance.
Mas tem um preço: o seu efeito dura apenas 24 horas, depois regressa a mediocridade.
Eddie Morra tem que garantir continuidade do seu fornecimento. Entra de novo em contacto com o ex-cunhado, consegue assegurar novo fornecimento, mas a partir daí franqueia uma porta para um mundo vertiginosamente genial mas igualmente perigoso e desconhecido.

Ele muda o seu visual, torna-se um sedutor, um animal social versado e fluente em várias línguas, toca piano, é brilhante na matemática e posteriormente transforma-se num génio financeiro. As suas ambições aumentam à medida que a sua inteligência aumenta também.
À medida que Eddie progride no consumo do NZT apercebe-se das efeitos colaterais da droga e inicia uma luta para evitar a decadência física e mental causada pela sua ausência.

O realizador Neil Burguer, filma dinamicamente seguindo a nova agilidade mental de Eddie Morra sob acção da droga - sem grandes pontos mortos na narrativa do filme e várias vezes de uma maneira vertiginosa.
A sequência de abertura é exemplar a mostrar essa vertigem - um longo zoom que nos entra literalmente pelos olhos dentro - esse acelerar da clarividência e da percepção que se tem do mundo sob acção dessa droga.
É um filme que é cativante, que não aborrece, estando bem apoiado num argumento variado e eclético. Encontramos nele elementos de drama, acção e humor que chega a ser negro em algumas cenas.

Bradley Cooper aguenta-se perfeitamente "à bronca" no papel principal e Robert De Niro no papel de Carl Van Loon, um poderoso magnata financeiro que se irá relacionar com Eddie e contribuir para a realização das suas ambições, é igual a ele próprio, o que é sempre bom.

O final é aberto, de certeza a pensar em futuras sequelas, e de alguma maneira até consegue surpreender.

E quando os créditos do filme começam a passar no ecrã, não conseguimos deixar de pensar naquilo que poderíamos e seríamos capazes de fazer se tivessemos acesso a um fornecimento ilimitado de NZT 48.




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