O Discurso do Rei começa muito bem, com um dos melhores momentos do filme.
O Duque de York, tenso e receoso, sobe as escadas de rosto fechado, sabendo que no fim delas teria que enfrentar o "monstro", o microfone que o esmaga e domina. Ele sabe que vai ter que discursar.
Uma longa hesitação, lábios que se mexem mas sem palavras e quando estas finalmente saem, o resultado é desastroso. Percebemos então que o Duque gagueja. E muito.
É na abordagem à gaguez que atormenta o futuro Rei George VI, que Colin Firth impressiona. É absolutamente convincente na sua gaguez.
Mas será só aqui que Colin Firth impressiona.
No restante, esta actor britânico é competente a compor um membro da família real, com uma postura altiva e sóbria. O que para um actor inglês não deverá ser difícil, especialmente quando é um tipo de registo que Colin Firth já teve e está habituado em filmes anteriores.
A grande mais valia do filme é definitivamente Geoffrey Rush. É ele a alma do filme. Um fantástico contraponto a Colin Firth ao desempenhar um terapeuta da fala (Lionel Logue) sem formação, pouco ortodoxo e ainda menos protocolar.
Será ele quem irá ajudar o Duque de York, Príncipe Albert, a vencer a sua crónica gaguez.
É no seu consultório que o realizador Tom Hooper consegue os momentos mais divertidos, como aquele em que Lionel põe Albert a desfilar todo o seu conhecimento em matéria de palavrões.
Tem já próximo do seu final, a outra das suas pérolas. Quando já Rei, este tem que de novo fazer um discurso.
A guerra com a Alemanha nazi torna-se inevitável e George VI tem que fazer um discurso inspirador e aglutinador do povo.
De novo tenso, aproxima-se hesitante do microfone e Lionel percebendo isso, começa a guiá-lo através do discurso. Dirige-o como se de uma orquestra se tratasse, com as mãos e com os seus lábios. Naturalmente que no final do discurso, quer a auto-estima, quer a imagem do Rei sai reforçada.
O Discurso do Rei é um filme bem "escovadinho". É certinho. Tem um excelente guarda-roupa, personagens bem trabalhadas, bons diálogos, argumento e realização competente. Está tudo no seu sítio. Mas não arrebata e não inspira como é a sua pretensão.
Não fosse o marketing e a publicidade feita ao filme e provavelmente este seria apenas um interessante filme, um pouco acima da maioria dos que passam nas nossas salas de cinema.
As doze nomeações do filme para os óscares parecem-me exageradas. Particularmente as referentes para melhor actor principal, realizador e filme.
O Duque de York, tenso e receoso, sobe as escadas de rosto fechado, sabendo que no fim delas teria que enfrentar o "monstro", o microfone que o esmaga e domina. Ele sabe que vai ter que discursar.
Uma longa hesitação, lábios que se mexem mas sem palavras e quando estas finalmente saem, o resultado é desastroso. Percebemos então que o Duque gagueja. E muito.
É na abordagem à gaguez que atormenta o futuro Rei George VI, que Colin Firth impressiona. É absolutamente convincente na sua gaguez.
Mas será só aqui que Colin Firth impressiona.
No restante, esta actor britânico é competente a compor um membro da família real, com uma postura altiva e sóbria. O que para um actor inglês não deverá ser difícil, especialmente quando é um tipo de registo que Colin Firth já teve e está habituado em filmes anteriores.
A grande mais valia do filme é definitivamente Geoffrey Rush. É ele a alma do filme. Um fantástico contraponto a Colin Firth ao desempenhar um terapeuta da fala (Lionel Logue) sem formação, pouco ortodoxo e ainda menos protocolar.
Será ele quem irá ajudar o Duque de York, Príncipe Albert, a vencer a sua crónica gaguez.
É no seu consultório que o realizador Tom Hooper consegue os momentos mais divertidos, como aquele em que Lionel põe Albert a desfilar todo o seu conhecimento em matéria de palavrões.
Tem já próximo do seu final, a outra das suas pérolas. Quando já Rei, este tem que de novo fazer um discurso.
A guerra com a Alemanha nazi torna-se inevitável e George VI tem que fazer um discurso inspirador e aglutinador do povo.
De novo tenso, aproxima-se hesitante do microfone e Lionel percebendo isso, começa a guiá-lo através do discurso. Dirige-o como se de uma orquestra se tratasse, com as mãos e com os seus lábios. Naturalmente que no final do discurso, quer a auto-estima, quer a imagem do Rei sai reforçada.
O Discurso do Rei é um filme bem "escovadinho". É certinho. Tem um excelente guarda-roupa, personagens bem trabalhadas, bons diálogos, argumento e realização competente. Está tudo no seu sítio. Mas não arrebata e não inspira como é a sua pretensão.
Não fosse o marketing e a publicidade feita ao filme e provavelmente este seria apenas um interessante filme, um pouco acima da maioria dos que passam nas nossas salas de cinema.
As doze nomeações do filme para os óscares parecem-me exageradas. Particularmente as referentes para melhor actor principal, realizador e filme.
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