terça-feira, 16 de novembro de 2010

um bebé de 30 anos


Escalas astronómicas

Quando falamos de Universo, usualmente falamos de escalas quer em termos de tempo, quer em termos de distâncias tão grandes, tão absurdamente grandes que nos ultrapassam completamente.
Os anos são medidos em múltiplos de milhões (1 000 000) ou mil milhões (1 000 000 000) de anos, e as distâncias astronómicas medem-se em termos da distância percorrida pela velocidade da luz no espaço durante uma unidade de tempo, usualmente anos.
A velocidade da luz percorre num segundo cerca de 300 000 km, que dá próximo de 1 079 252 848.8 km numa hora, ou 9 460 536 207 068 016 km percorridos num ano.
Face a estes números percebe-se que a escala humana de tempo e distância é completamente irrisória e inadequada.
São números inúteis e não compreensíveis numa utilização na realidade do dia a dia.

A velocidade de escape

Buraco negro na Grande Nuvem
de Magalhães
Pelas suas características, um buraco negro é um objecto considerado exótico. Imaginemos, aqui na Terra, que atiramos uma pedra ao ao ar. Naturalmente ela cai. E cai devido à força da gravidade.
Imaginemos agora que atiramos uma pedra a uma velocidade tal que ela já não cai, continua, continua a subir. Sai fora da influência da gravidade da Terra e segue em direcção ao espaço.

A esta velocidade chama-se velocidade de escape. Ela na Terra é de 11,2 km/s (40 320 km/h) e no Sol é de 618 km/s (2 224 800 km/h). Esta velocidade depende da massa do objecto cuja velocidade de escape se pretende calcular. Aumenta à medida que a massa aumenta.

Um buraco negro

Agora imaginemos que conseguimos atirar a pedra a uma velocidade igual à da velocidade da luz. De acordo com as leis da física actuais nada pode ser mais rápido que a luz. É um limite absoluto.
Mas mesmo assim, a pedra cai.
Estamos num buraco negro. Tudo é atraído. Nada escapa a ele, até a luz. Por isso é negro.
Os buracos negros são gerados pela morte das estrelas. A vida das estrelas, e dos buracos negros, mede-se mais uma vez, em milhões ou mil milhões de anos.
Mas só as estrelas mais pesadas, cerca de 25 vezes a massa do sol, quando morrem dão origem a buracos negros.

De acordo com este post da atroPt, foi descoberto um buraco negro bebé.
Um recém nascido à escala temporal do universo, mas um adulto à nossa escala.
Sim. Verdadeiramente podemos aplicar a escala humana aqui. Este buraco negro - de nome SN 1979C - tem cerca de 30 anos de vida!
É tão recente, que figurativamente, a Mãe Universo pode pegar nele e embalá-lo.


Uma nota

Na verdade ele é bem mais "velho" que os 30 anos que lhe são atribuídos.
Efectivamente, a luz dele que está a chegar até nós, corresponde a 30 anos após o evento ter acontecido. Mas dadas as distâncias que a luz teve que percorrer, o buraco negro terá nesta altura cerca de 50 milhões de anos. Altura em que a estrela (SN 1979C) que lhe deu origem e o nome morreu. 

Por exemplo a luz do Sol. Quando olhamos para o Sol, vêmo-lo com 8 minutos e meio de "atraso".
É o tempo que a sua luz demora a percorrer desde a sua emissão até chegar aos nossos olhos.



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